Com a chegada de dias mais quentes, pessoas com diagnóstico de rosácea, que é uma doença vascular inflamatória crônica, tendem a sofrer mais com os sintomas.
Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), relatam que a doença atinge entre 1,5 a 10% da população, sendo mais frequente em mulheres, entre 30 e 50 anos, brancas ou com descendência europeia.
De acordo com a médica dermatologista, Vanessa Sokoloski Schirr, pessoas com rosácea têm como característica o aumento dos vasos sanguíneos na pele e com calor, eles se dilatam aumentando a vermelhidão nos dias mais quentes.
A vermelhidão não é o único desconforto sofrido pelos pacientes, que em momentos de crise sem tratamento para o controle, podem, inclusive, acabar com lesões na pele. Alguns dos sintomas frequentes, segundo SBD, são as telangiectasias, que é o aumento dos vasinhos no local lesionado, principalmente no nariz, sendo, em alguns casos, visíveis e permanentes. Em casos de crise mais agravadas, também é comum o surgimento de pápulas e pústulas semelhantes às espinhas de acne.
Tratamento precoce e contínuo
O tratamento da doença é baseado no grau da rosácea, variando de medidas simples, que incluem cuidados diários com a pele, ou tratamento com medicação oral, laser, ou cirurgia. “Com relação à rosácea, o mais indicado será sempre iniciar o tratamento precocemente, pois algumas alterações podem, inclusive, ser permanentes”, observou.
A dermatologista explicou que, se a rosácea for mais grave, a pele fica mais espessa e aparecem nódulos inflamatórios, que, inclusive, podem aumentar o tamanho do nariz, deixando-o com aspecto bulboso. “O quadro mencionado é chamada de rinofima, e esta é uma complicação mais frequente nos homens”, explicou.
Para que o tratamento precoce aconteça é muito importante ficar atento aos primeiros sinais da doença que são: o rosto frequentemente vermelho ou ainda, se houver o aparecimento de bolinhas de pus na área central do rosto.
Rosácea ocular pode levar a problemas de visão
Schirr mencionou ainda que complicações mais graves podem surgir em quadros de crise descontrolados. “No caso da rosácea ocular sempre haverá o risco de dano na córnea”, observou.
Este tipo de rosácea costuma acarretar além da vermelhidão, irritação, coceira, queimação, visão turva, ressecamento ou excesso de lubrificação (lacrimejar), até pálpebras inchadas, descamação dos cílios e desconforto com a sensação de corpo estranho dentro dos olhos.
No caso da rosácea ocular, além do tratamento tradicional, colírios simples ou com componentes anti-inflamatórios podem ser indicados para ajudar a lubrificar os olhos e tratar edemas e inflamações.
Alimentos termogênicos podem agravar a crises
Pessoas com rosácea tendem a seguir uma dieta mais rigorosa para evitar crises, uma vez que a ingestão de alimentos que causam vasodilatação podem piorar todos os sintomas da doença. Entre eles é possível citar: pimenta, canela, gengibre, produtos condimentados ou pratos muito quentes, além de bebidas como café, chá-mate e as alcoólicas.
Pacientes com diagnóstico da doença também devem fazer um acompanhamento periódico com médico especialista, porque alguns fatores devem ser avaliados, como variações hormonais, por exemplo.
Como reduzir a sensação de queimação no rosto?
A dermatologista explica que o essencialmente o tratamento se baseia em hidratação com calmantes, protetor solar e sabonetes hidratantes. “Essas medidas costumam melhorar muito, mas quando não são suficientes, medicações específicas podem ser incluídas”, explicou.
Quanto ao uso do filtro solar, as pessoas com rosácea devem cuidar com a escolha dos produtos, principalmente, porque alguns deles podem ter potencial alergênico e sua utilização tende a piorar a irritação da pele, ao contrário de ajudar no tratamento. “Sempre indico aos meus pacientes, preferencialmente, os protetores com antioxidantes na composição por reduzir a inflamação e com agentes hidratantes. Além disso, são preferenciais os filtros físicos, ao invés de filtros químicos, que costumam diminuir períodos de exacerbação por ter menos agentes potencialmente irritantes na composição”, destacou.
A doença não tem cura, mas tem tratamento
A rosácea é uma doença inflamatória crônica, que não tem cura, apenas tratamento, portanto seguir a rotina de skincare com os cuidados adequados é de extrema importância.
Mesmo tendo uma maior sensibilidade na pele do rosto, Vanessa Schirr afirma que não há relação direta entre a rosácea e o câncer de pele, porém, os cuidados diários devem ser os mesmos, com destaque especial para o uso diário de filtro solar.
Dermatologista dá dicas de como prevenir a rosácea
Para prevenir evite:
Gatilhos como alimentos apimentados;
Banhos muito quentes;
Agentes esfoliantes/abrasivos na face como sabonetes e alguns ácidos;
Sempre faça uso diário:
Protetor solar adequado;
Cremes hidratantes indicados para rosácea.
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