Apontado como grande favorito no clássico pelo elenco e o momento melhor, o líder Atlético-MG deixou a desejar, se mostrou confuso e quase não criou no duelo. Já o Cruzeiro mostrou organização e, mesmo sem grandes estrelas, teve superação e enorme aplicação em campo. No apito final, seus jogadores comemoraram como se fosse a conquista de um título.
Apresentado no começo da semana, o volante Tchê Tchê já fez a estreia logo no clássico dos 100 anos. Mas os olhares dos atleticanos estavam no argentino Nacho Fernández, destaque desde sua chegada e autor de três gols em três rodadas. Ainda mais com Hulk na reserva.
Do lado cruzeirense, Felipe Conceição investia pesado no goleiro Fábio e no experiente atacante Rafael Sobis, num elenco renovado e cheio de caras desconhecidas. Assim como Hulk do outro lado, o volante Rômulo, reforço de peso cruzeirense, era apenas opção. Estava sentado na reserva ao lado de Marcelo Moreno, William Pottker e Alan Rushel, jogadores mais conhecidos.
A história do clássico mineiro começou em 1921, quando o antigo Palestra Itália fez 3 a 0 no Atlético-MG. Apenas em 1942 o time azul se tornou Cruzeiro. Mas a rivalidade vem de sempre e ganhou mais um episódio neste domingo, num Mineirão às moscas por causa da pandemia da covid-19.
A ausência dos torcedores foi bastante sentida em campo. Sem a impulsão das arquibancadas, as equipes pouco fizeram nos primeiros 45 minutos, com os goleiros trabalhando pouco. Apontado como favorito, o Atlético-MG até tomou a iniciativa, mas esbarrou nos erros. Cuca mandou os reservas ao aquecimento antes de a etapa acabar, irritado e reclamando o tempo todo.
Ficou na bronca ainda maior com pênalti não marcado em mão na bola de Matheus Barbosa em cruzamento de Keno. O árbitro Paulo Cesar Zanovelli ignorou o lance.
O morno primeiro tempo deu lugar a uma etapa final mais quente. Vargas parou em Fábio, cara a cara. A resposta veio com Ramon sendo puxado por Alonso na área. Vez de a reclamação mudar de lado. E novo erro da arbitragem.
Cuca resolveu lançar Hulk, mas o camisa 7 que apareceu foi o do Cruzeiro. Airton tabelou com Rafael Sobis e abriu o marcador no clássico. Festa do Cruzeiro e ainda mais desespero de Cuca, que encheu o time de atacantes e não conseguiu, sequer, exigir uma grande defesa de Fábio, agora com 457 minutos sem sofrer gol.
No fim, Hulk apareceu da pior forma. Ele e William Pottker se desentenderam e acabaram expulsos. Deixaram o campo querendo briga e o atleticano mostrando um arranhão no pescoço. Não chegaram às vias de fato no caminho do vestiário porque integrantes do staff dos clubes separaram os nervosos atacantes.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 1 x 0 ATLÉTICO-MG
CRUZEIRO – Fábio; Cáceres, Weverton (Eduardo Brock), Ramón e Matheus Pereira; Adriano (Matheus Neris), Matheus Barbosa (Jadson) e Marcinho (Rômulo); Rafael Sobis, Bruno José (William Pottker) e Airton. Técnico: Felipe Conceição.
ATLÉTICO-MG – Everson; Guga (Nathan), Júnior Alonso, Igor Rabello e Guilherme Arana; Allan (Hyoran), Tchê Tchê e Nacho Fernández; Keno (Marrony), Vargas (Sasha) e Savarino (Hulk). Técnico: Cuca.
GOL – Airton, aos 16 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Adriano, Jadson, Rafael Sobis (Cruzeiro) e Igor Rabello, Hulk e Sasha (Atlético-MG).
CARTÃO VERMELHO – Hulk (Atlético-MG) e William Pottker (Cruzeiro).
ÁRBITRO – Paulo Cesar Zanovelli.
LOCAL – Mineirão.
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