Curitiba lança nova concessão do transporte coletivo

O prefeito Eduardo Pimentel apresentou nesta sexta-feira (19) a modelagem da nova concessão do transporte coletivo de Curitiba, estruturada em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto prevê modernização da frota, integração total entre linhas, novas rotas e forte investimento em ônibus elétricos.

O edital da licitação será publicado em novembro, e o leilão está marcado para janeiro de 2026, na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo).

Estrutura da concessão

O sistema será dividido em cinco lotes: dois de BRTs (linhas de canaletas exclusivas) e três regionais (Norte, Sul e Oeste). O contrato terá duração de 15 anos e prevê remuneração total de R$ 18 bilhões.

O modelo será do tipo concessão comum, com subsídios para a tarifa e para a aquisição de frota elétrica. A remuneração das empresas deixa de ser feita pelo número de passageiros e passa a ser calculada por quilômetro rodado, dando mais previsibilidade e incentivando a eficiência.

Segundo o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, a tarifa ao usuário deverá permanecer próxima dos atuais R$ 6 e ficará congelada até 2027 durante o período de transição.

Investimentos previstos

O plano prevê R$ 3,7 bilhões em investimentos ao longo de 15 anos, incluindo:

  • 245 ônibus elétricos em cinco anos;
  • 149 ônibus a diesel Euro 6 já no início do contrato;
  • 1.084 novos veículos ao longo da concessão;
  • Construção de dois eletropostos públicos (Capão Raso e Capão da Imbuia) com 42 carregadores;
  • Requalificação de 16 estações-tubo e criação de cinco novas linhas;
  • Ampliação da frota de 1.189 para 1.234 veículos, todos com câmeras e ar-condicionado.

O município também vai subsidiar R$ 800 milhões para compra da frota elétrica e infraestrutura de recarga.

Integração e inovação

Um dos grandes diferenciais será a integração temporal irrestrita: o usuário poderá trocar de linha em qualquer ponto de embarque, dentro de um período de tempo, sem pagar nova passagem. Atualmente, 65% das integrações são feitas em terminais e estações-tubo.

O contrato também prevê indicadores de qualidade, com possibilidade de redução de até 3% na remuneração de empresas que não cumprirem metas de desempenho.

Curitiba será a primeira cidade do Brasil a firmar contrato de concessão já estruturado para a transição energética, com a meta de 30% da frota em ônibus elétricos até 2031.

A consulta pública sobre a nova concessão ficará disponível até 17 de outubro no site da Urbs (link oficial).

Além disso, serão realizadas audiências públicas nos dias 1º e 15 de outubro, no Parque Barigui, com transmissão ao vivo pelo canal da Prefeitura no YouTube.