Um grupo de cerca de 30 técnicos agrícolas, extensionistas e outros profissionais da agricultura participaram ao longo da semana de um curso sobre agroflorestas, realizado na unidade de Pato Branco do IDR-Paraná, os profissionais participaram de uma série de atividades teóricas e práticas, com o objetivo de aperfeiçoar conhecimentos e padronizar um curso que deverá ser replicado em várias outras localidades do Paraná.
De acordo com Norma Kiyota, coordenadora geral do Polo Regional de Pesquisa de Pato Branco do IDR-Paraná, em Pato Branco foi feito o curso piloto, para validar a ementa e a metodologia do programa que deve ser aplicado a mais técnicos, e na sequência para os produtores rurais. “Estamos aqui com técnicos do IDR-Paraná e de parceiros do estado todo, no sentido de que são pessoas que já tem conhecimento sobre o tema, e que podem opinar sobre o que é interessante, o que não é interessante de estar nesse curso, a forma didática e metodológica disso, e uma série de questões”, detalhou.
A iniciativa é do IDR-Paraná em parceria com o Senar. Desde a última segunda-feira e até esta sexta (2), os participantes assistiram a aulas com lições sobre agriculturas ancestrais, aspectos da ecologia florestal e sua utilização nos sistemas agroflorestais, caracterização ambiental e socioeconômica, manejo da fertilidade nos SAFs, planejamento da sucessão e estratificação, entre outros.
Também foram feitas observações guiadas em área florestal, trabalhos em grupo e exposições dialogadas. Nesta quinta-feira (1), o grupo participou de uma aula prática de poda.
“É uma temática que tem muitas pesquisas sendo feitas, no sentido de entender os processos, mas que estamos validando para a nossa realidade, dos agricultores do Paraná”, disse Norma.
Agroflorestas
De modo geral, a agrofloresta é a integração de culturas perenes, como árvores, com culturas anuais, como hortaliças, por exemplo. A metodologia permite uma diversidade de cultivo, com plantas de produção, variedades que fornecem madeira e plantas de serviço, ou seja, que oferecem matéria orgânica.
“É uma prática que tem que ter um manejo muito importante no sentido de ter sempre uma ciclagem, para ter nutrientes para as plantas, equilíbrio para os insetos, fungos e elementos microbiológicos que você tem no ambiente. Então é quase que buscar aquele equilíbrio que temos com a floresta na forma que você tem o controle, a produção e o manejo disso”, explanou Norma.
A área de experimento de agrofloresta do IDR PR possui cerca de 400 plantas de 34 espécies diferentes, desde plantas frutíferas exóticas, frutíferas nativas, além de produção de entrelinhas, como feijão, milho, mandioca. “Toda essa diversidade faz com que você tenha um ambiente mais equilibrado, com uma demanda menor de insumos externos para a produção”, completa a Norma.
Por meio da prática de agrofloresta também há a produção diversificada ao longo de todo ano, tanto para o consumo da propriedade, quanto para venda externa, como hortaliças para comercialização em feiras ou programas de compra direta.