O custo da cesta básica de alimentos registrou mais um aumento no município de Pato Branco em março, aponta pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com levantamento divulgado na quarta-feira (6), as maiores altas do país foram registradas no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%).
No Sudoeste do Paraná, a pesquisa do custo da cesta básica de alimentação, desenvolvida pelo GPEAD (Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, do curso de ciências econômicas da Unioeste, Campus de Francisco Beltrão), mostrou que, em Pato Branco, o custo médio para aquisição de alimentos aumentou 9,22%, chegando a R$ 566,06. O aumento em relação a fevereiro foi de R$ 47,76.
Custo da cesta básica por família
A pesquisa realizada ainda aponta que para manter uma família de tamanho médio, com dois adultos e duas crianças, é necessário multiplicar o valor monetário da cesta por três, tendo como base que as duas crianças correspondem a um adulto. Dessa forma e, levando em consideração que o valor bruto do salário mínimo é de R$ 1.212 e o líquido de R$ 1.121,10, chegou-se a conclusão que para adquirir a cesta básica para a família média, em Pato Branco, o indivíduo precisa pagar R$ 1.698,18, um valor acima do salário-mínimo do brasileiro.
A Dieese ainda esclarece que para o trabalhador satisfazer, em março de 2022, as demandas familiares previstas na constituição, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, no município de Pato Branco, seria necessário o salário mínimo de R$ 4.755,48. Ou seja, o salário mínimo nacional atualmente é insuficiente para assegurar a aquisição de cesta básica para uma família média e outras manutenções da família.
Outro importante ponto citado pela pesquisa é sobre a jornada de trabalho necessária para que o trabalhador consiga pagar pela cesta básica mensalmente. No último mês, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir a cesta individual em Pato Branco foi de 102 horas e 45 minutos.
Comparando o custo de uma cesta básica individual e o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o pato-branquense comprometeu 50,49% da renda para adquirir os produtos básicos.
Análise de preços
Referente aos produtos que fazem parte da cesta básica de alimentação, de acordo com a Dieese, os que registraram o maior aumento nos valores na maioria das capitais foram o óleo de soja, feijão, pão francês, tomate, leite integral, açúcar e manteiga. Enquanto isso, nas cidades onde a pesquisa foi realizada pelo GPEAD, todos os produtos da cesta básica registraram aumento nos preços médios, com exceção da margarina e do açúcar.
Tanto o feijão tipo carioquinha quanto o feijão preto registraram aumento no valor, no entanto, a maior alta em Pato Branco ocorreu com o tipo preto, registrando 11,10% de aumento. O Dieese afirma que o aumento de valor ocorreu devido a alta procura nos centros consumidores, já que grande parte da população está tentando substituir o tipo carioquinha pelo feijão preto, elevando o valor do mesmo.
A taxa de alta no valor médio do óleo de soja em Pato Branco foi de 7,35% e, de acordo com o Dieese, “o aumento pode ser explicado pelo alto preço do petróleo e pelo aumento da demanda externa”.
O preço médio do pão francês também teve aumento durante março, registrando elevação de 7,35%. A farinha de trigo, em Pato Branco, aumentou 6,11%; enquanto o leite integral apresentou aumento de 7,44% no município.
O valor médio do quilo do tomate também teve aumento significativo, ficando 41,67% mais caro em Pato Branco. O café, o quilo da batata e o da carne seguiram o aumento já observado em fevereiro, com 6,08%, 48,45% e 3,60%, respectivamente.
Outros municípios
A pesquisa realizada pelo GPEAD também observou o valor da cesta básica em outros dois municípios do Sudoeste do Paraná. Dois Vizinhos registrou aumento de 14,37% e Francisco Beltrão 7,45%.
Dessa forma, é possível observar que a cesta básica de alimentação com maios aumento nos municípios pesquisados no Sudoeste, foi em Dois Vizinhos, com custo de R$ 609,34, seguida por Francisco Beltrão, R$ 607,04 e Pato Branco, R$ 566,06.
A alta no preço do feijão preto foi de 10% em Francisco Beltrão e 7,31% em Dois Vizinhos; e o óleo de soja aumentou 12,38% em Dois Vizinhos e 15,23% em Francisco Beltrão.
O pão francês aumentou 1,99% em Dois Vizinhos e o leite integral 12,97%. Em Francisco Beltrão, os mesmos produtos aumentaram 6,34% e 9,28%, respectivamente. Francisco Beltrão também registrou aumento de 6,62% no preço da farinha de trigo. Em ambos os municípios, o tomate registrou significativo aumento em março, ficando 75,09% em Dois Vizinhos e 59,23% em Francisco Beltrão.