Dirceu Antonio Ruaro*
Amigos, estamos no final do mês de julho, última semana, e como sabemos, o mês de agosto é dedicado às vocações e uma delas à vocação de “ser pai” de “constituir família”, tanto que se comemora, no segundo domingo de agosto o dia dos pais.
Na carona desse cenário quero, nesses próximos artigos, trazer para nossa reflexão temas ligados à família e à paternidade. Por mais que sejam temas comuns, penso que vale a pena nos debruçarmos sobre alguns aspectos que chamam nossa atenção nessa seara.
Imagino que todos os seres humanos (com raras exceções, é claro), tenham o desejo de um dia constituir uma família. Não estou falando de “casamento” enquanto cerimônia social.
Aliás, há quem confunda totalmente o “casamento” como um ato cerimonial social, com uma festa social, enquanto que, na minha linha de raciocínio o ato social é apenas uma demonstração da vontade do casal ou das pessoas envolvidas em se comprometer, em assumir um compromisso de vida diferente do compromisso de vida de solteiros.
Não vou nem abordar, nesse momento, a questão religiosa do ato matrimonial, pois penso que cada casal tem o livre arbítrio para decidir em que religião deseja viver seu matrimonio e criar os filhos que dele eventualmente vierem.
Porém, como seres humanos, penso que em dado momento da vida, todos nós, (guardadas as exceções), sonhamos com algum tipo de família que queremos construir.
Normalmente idealizamos uma família. Temos um sonho no qual um casal se ama até o final de seus dias. Um casal que vive momentos de alegria, de felicidade, de mar de rosas e também momentos de tristeza, mas que o amor supera, pois, o elo que os une é muito maior que as dores que a vida traz.
Nessa família ideal o casal é apaixonado pelos filhos e os cria com zelo e dedicação, com sobressaltos, é verdade, com descobertas, com medos, com ternura, firmeza e paciência, com “dores de cabeça”, mas com muitas vitórias.
Os filhos, nessa família ideal, se reúnem, celebram a vida, cuidam uns dos outros, celebram a família que têm, todos cuidam uns dos outros, sabem ceder, sabem ganhar, sabem perder.
E é no abraço do pai e da mãe que se reconhece não apenas o DNA familiar, mas o encontro de pessoas que se amam e se querem bem, unidos por algo que não se quebra pelos ventos e tempestades da vida.
Quando jovens, nossa tendência é sonhar com uma família “diferente” da nossa família de origem. E é verdade: quem é que não sonha com a perfeita família? Gente plena, feliz, desenvolta, bem-humorada, bem resolvida e super alto astral…Gente que não se parece em nada, com a gente aqui na vida real. Mas, será que a família perfeita existe?
Que famílias temos hoje? Não apenas em termos de constituição familiares? Em termos de convivência, de arranjos afetivos, de estruturas.
Qual é a função do pai na família de hoje, qual a função da mãe na família de hoje, e dos filhos?
O que temos visto no “maravilhoso mundo novo do século XXI”? sobre as famílias, pois tem aumentado o número de famílias com ausência de um dos cônjuges na criação dos filhos, é grande também a quantidade de filhos sendo criados por eletrônicos, ou indo cada vez mais cedo para creches para que os pais trabalhem.
Será que o contato humano (relação olho no olho) das famílias de hoje estão sendo suficientes para estruturar essas crianças?
Será que presentes materiais e permissividade a uma criança, recompensam a ausência de um dos genitores na sua criação?
Enfim, a família nos dias atuais é alvo de muitos questionamentos. Alguns perguntam: Onde estava a família que não viu? Outros exclamam: – não é possível que a família não soubesse! Observações como: a família devia ter ensinado, devia ter mostrado, devia…
Enfim, de que família estamos falando? Vamos tentar, nos próximos textos encontrar alguns caminhos para refletir sobre essas questões, por ora, pense nisso, enquanto lhe desejo boa semana.
Dirceu Antonio Ruaro
Doutor em Educação pela UNICAMP
Psicopedagogo Clínico-Institucional
Pró-Reitor Acadêmico UNIMATER
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