Para fechar o mês das mães, trouxemos a história de uma mulher que sonhou com a maternidade, lutou por ela, e no meio desse sonho acabou descobrindo, tratando e vencendo uma grave doença. Hoje, Franciele de Melo Brizola Vilmes, mãe do Isaac de 8 anos, tem a alegria de ver seu filho desenvolver saudável e feliz, mantendo a fé em Deus, a esperança no futuro e buscando a realização de novos projetos.
Em entrevista, a jornalista, bancária e empresária, contou que sempre sonhou em ser mãe. “Eu amo criança e o Isaac foi muito desejado por mim e pelo Gleison. Quando decidimos que era hora, eu estava com 25 anos e achei que engravidaria rápido, mas para minha surpresa se passaram 8 meses e, mesmo sem nenhum método contraceptivo, não engravidei. Foi aí que iniciou uma saga atrás de médicos, na busca de entender o que estava acontecendo e o porquê eu não estava conseguindo engravidar”, contou.
Franciele relatou que passou por alguns especialistas e o diagnóstico final foi de endometriose. “O médico explicou que em decorrência da doença, as minhas trompas haviam obstruído e eu somente poderia engravidar através de inseminação artificial e assim seguimos com os tratamentos indicados”, comentou.
Foram cinco anos de tratamento, 2 duas fertilizações em vidro (FIV) que não deram certo, seguimos tentando. Eu cheguei a engravidar naturalmente algumas vezes para surpresa dos médicos que me acompanhavam, porém, ocorria o aborto natural”, relatou.
A empresária conta ainda que as opções se tornaram favoráveis após o início de um novo tratamento para a indução de ovulação. “A ideia era de aumentar minhas chances de engravidar e, após 10 meses, acabou dando certo e eu engravidei”, conta. A mesma relata que passou os cinco primeiros meses em repouso absoluto para garantir que não sofreria um novo aborto, e para alegria de toda família a gestação foi bem-sucedida.
Descoberta e tratamento
“Quando estava no sexto mês de gestação em um autoexame identifiquei 2 nódulos em minha mama esquerda, e logo após consulta com meu médico Dr. Weber Alexandre fui diagnosticada com câncer de mama triplo negativo, que é um câncer bem agressivo”, destacou.
Franciele contou ainda que um novo período de muitos exames foi iniciado. “Precisávamos entender o contexto e analisar como melhor proceder, pois, devido à gravidez, os riscos eram maiores, tanto para mim quando para feto”.
A indicação do corpo clínico que atendeu Franciele era de que a quimioterapia fosse iniciada imediatamente, devido à agressividade do tumor, mas, foram muito sensíveis, levando em consideração a sua vontade de não o fazer, afinal, foram muitos anos de tratamento e o sonho da maternidade havia se tornado realidade. “Eu lembro como se fosse hoje, quando disse aos médicos que não colocaria em risco a vida do meu filho, porque sabia que a quimioterapia baixaria as defesas do organismo de ambos. Eu tinha receio que o parto acabasse tendo que acontecer antes e o Isaac nascesse com a imunidade muito baixa, correndo algum risco de vida”, contou.
Em contrapartida, Franciele conta que decidiu por realizar a operação. “Optamos, em conjunto, por fazer a cirurgia de retirada de tumor cancerígeno, cerca de 10 dias após o diagnóstico e realizar a cesária, 20 dias após a primeira cirurgia. O meu filho, Isaac, nasceu aos 7,5 meses de gestação, pesando 2,100 gramas e medindo 47 cm, e este foi o dia mais feliz da minha vida”.
Mas, os desafios não pararam por aí. Franciele relatou que tão logo o Isaac nasceu, os médicos constaram uma má formação na cabeça e uma operação foi necessária. “Graças a decisão de não realizarmos quimioterapia durante a gestação, ele teve condições de ser operado e de se recuperar normalmente”, relembrou.
Sonhos, medos e decisões
Questionada sobre quais foram os seus sentimentos durante todo esse processo de descoberta de um câncer durante a gestação, tratamento e cura, ela acabou por dar relato de fé e de certeza na providência divina. “Em momento nenhum tive medo de morrer, eu sentia em meu coração que a graça alcançada de gerar meu filho não seria em vão, me agarrei a Deus e lutei firme em busca da minha cura”.
Sobre a continuidade no tratamento do câncer, a empresária conta que passadas às três semanas de realização da cirurgia cesariana, as sessões de quimioterapia foram iniciadas e aconteceram em ciclos de 21 dias. “Foram realizados 7 meses de quimioterapia e, na sequência, 40 sessões de radioterapia que me levaram a cura do câncer de mama. A fé foi meu combustível diário para lutar por minha saúde, minha vida e o amor por meu filho me manteve sempre positiva e segura de que seria curada”, comemorou.
A presença de uma rede de apoio também foi um diferencial neste processo de superação do câncer. “Nesse processo de tratamento de meses intensos de sofrimento, só consegui suportar todos os altos e baixos do tratamento de câncer, porque minha rede de apoio foi sempre incrível, minha família foi minha base em tudo, tinham cuidado comigo e meu filho. Eles nos auxiliavam, desde as pequenas coisas, até as mais difíceis. Recebi muito amor de minha família, amigos e conhecidos e tinha muitas pessoas orando por minha saúde”, relatou.
Nova cirurgia
Recentemente, Franciele passou por mais uma intervenção cirurgia. “Hoje estou muito bem, passei por mais uma cirurgia para a retirada de um tumor, este de um diagnóstico posterior ao do câncer de mama, e estou em recuperação. Vivo com a consciência de viver plenamente, meu hoje, e aproveito cada pequeno momento ao lado das pessoas que eu amo”.
Franciele Vilmes também mantém os cuidados diários com a saúde, tendo uma rotina de exames trimestrais. “Também estou em um processo de reeducação alimentar, visando o meu bem-estar, do corpo e da mente, e alimentando diariamente o espírito, através da fé e de minhas rotinas junto a igreja. Meu filho representa diariamente um duplo milagre, concedido por Deus, o milagre da vida de meu filho, da promessa, Isaac, e o milagre da minha cura. Sou grata a Deus, a minha família e amigos por sempre estarem ao meu lado”, concluiu.
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