De Lviv, porta-voz do Unicef descreve tristeza e stress entre milhares de ucranianos que tentam fugir

Assessoria Unicef

O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, James Elder, está na Ucrânia e falou com jornalistas esta quinta-feira, diretamente de Lviv, no oeste do país.
Elder descreveu que o clima na estação de trem em Lviv é marcado por tristeza, enorme stress, mas também de muito apoio. São milhares de pessoas que tentam escapar da guerra e o porta-voz do Unicef revelou que a situação para as crianças ucranianas piora a cada minuto.

Crianças morreram

James Elder afirma que crianças foram mortas ou ficaram feridas e a maioria está traumatizada pela violência. O Unicef faz um novo apelo ao fim das ações militares russas e pede acesso para que as famílias possam comida, assistência médica ou para que possam fugir em segurança.  

O Escritório de Direitos Humanos da ONU registrou, até a meia-noite de segunda-feira, 536 civis vítimas do conflito na Ucrânia, sendo 136 mortos, incluindo 13 crianças e 400 feridos. Em Genebra, a porta-voz Liz Throssell explicou que essas pessoas foram atingidas por bombardeios e ataques aéreos e que o número real de vítimas deve ser muito maior. 

Maior crise de refugiados da Europa 

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, confirmou nesta quinta-feira que 660 mil ucranianos fugiram para nações vizinhas e com este ritmo, esta será a maior crise de refugiados do século na Europa.
O Acnur elogia os países que estão mantendo suas fronteiras abertas para os ucranianos, sendo que a maioria vai para Polônia, Hungria, Moldávia, Romênia e Eslováquia. Segundo a agência, as autoridades nacionais estão responsáveis por registrar, receber, acomodar e proteger esses refugiados. 

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, está lançando uma operação de emergência de três meses para fornecer ajuda alimentar às pessoas que fogem do conflito. Dentro da Ucrânia, a meta é alcançar 3,1 milhões de pessoas, sendo que os funcionários da agência que estão na capital, Kiev, revelam que os estoques de comida já estão baixos. Nos supermercados, as prateleiras estão quase vazias. 

Russos detidos em protestos 

Cerca de 400 toneladas de porções de comida estão saindo da Turquia e seguindo para as fronteiras da Ucrânia com a Romênia e a Polônia. Os lotes devem chegar até o final da semana com refeições prontas para comer que não exigem muito preparo, incluindo alimentos enlatados. 

Na Rússia, pessoas que participam de protestos contra a ofensiva militar continuam sendo detidas, segundo o Escritório de Direitos Humanos. Desde quinta-feira, pelo menos 6,4 mil manifestantes foram presos. Enquanto a maioria é liberada após pagar fiança, há relatos de pessoas que recebem sentenças de prisão com duração de sete a 25 dias. 
 

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