Estética, palanque unificado e discurso pelo emprego foram as únicas semelhanças dos dois potenciais candidatos para a eleição de 2022. Ambos disputam a hegemonia da esquerda, e têm buscado, pessoalmente ou por meio de interlocutores, aproximação com o chamado centro político.
A peça de Ciro, aliás, trouxe críticas veladas ao PT. Em um discurso de 3 minutos e 17 segundos, o pedetista afirmou que o governo de Jair Bolsonaro era o resultado dos “sucessivos fracassos de modelo econômico, modelo político e práticas morais” de gestões anteriores. Ele argumentou ainda que a saída pela crise passa por um novo processo nacional de desenvolvimento.
No vídeo, Ciro aparece com um fundo desfocado, e fala calmamente sobre os problemas do País. No momento de fala mais elevada, Ciro chama Bolsonaro de genocida.
O discurso de Ciro foi antecedido pelo líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), que defendeu em 2018 a aliança do seu partido ao pedetista e hoje pregou a união contra Bolsonaro, e sucedido pelo do ator Osmar Prado, que gravou naquele ano um vídeo com outros artistas no qual cobravam do ex-ministro o apoio a Fernando Haddad (PT) no segundo turno.
Quase uma hora depois no evento, foi a vez de Lula discursar. Ele falou no último bloco político do ato, na sequência dos também ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
Em sua fala, Lula reforçou feitos dos governos petistas e criticou a Lava Jato, à qual atribuiu, sem apresentar a fonte dos dados, a perda de bilhões de reais em investimentos e recolhimento de impostos.
Na peça de Lula, de cinco minutos e 26 segundos, o ex-presidente aparece com um fundo de biblioteca e suas falas são acompanhadas por uma trilha heroica, com alternância nos enquadramentos. As falas mais fortes do petista foram reforçadas com “letterings” e aproximação da câmera. O vídeo todo é legendado.
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