Os problemas de saúde do jogador começaram na madrugada de 3 de outubro, quando o Santos estava concentrado em Goiânia para o jogo contra o Goiás, pelo Brasileirão. “Eu não sabia a gravidade da situação quando acordei, mas senti uma dor insuportável. Uma pressão enorme na minha perna, eu cheguei a gemer de dor, pois ela não parava. E assim que o doutor viu ele já falou que era suspeita de trombose e teríamos que ir para o hospital”, lembrou.
“Após a dor, em muitos momentos eu fiquei sem sentir a perna. Era como se ela estivesse dormente. O médico do hospital de Goiânia me disse que eu estava ali entre um ou dois minutos de perder a minha perna. Foram momentos angustiantes e que não desejo para ninguém. Tive risco de perder a perna ou até a vida. Por isso que hoje eu posso dizer que sou um milagre”, declarou.
Já em São Paulo, Raniel foi submetido a uma fasciotomia e a uma drenagem de um hematoma na perna, causado pela trombose, no dia 4 de outubro. Em março deste ano, precisou de outra operação na mesma região, para “alongamento da musculatura posterior e de retirada de uma fibrose que limitava os movimentos do seu tornozelo”, de acordo com o Santos.
O jogador admite que cogitou se aposentar quando ficou sabendo da necessidade de fazer a segunda cirurgia. “Se te falar que não (pensou que não jogaria mais futebol) eu vou estar mentindo. Muitas vezes passou pela minha cabeça que eu nunca mais entraria em campo novamente. Quando fiz a primeira cirurgia, ainda em outubro, eu não conseguia colocar o calcanhar no chão. Chegava animado em casa após os treinos, mas quando acordava no outro dia era uma dor absurda e eu não conseguia pisar. Cheguei a comentar com a minha esposa que estava perdendo as esperanças de poder voltar a andar normalmente. Mas depois da segunda cirurgia, no momento em que coloquei o pé no chão foi uma sensação única, pois não sentia mais a dor.”
Quando voltou ao time, no sábado, Raniel revela que se emocionou. “Foi uma mistura de sensações quando o Diniz me chamou ali no Allianz. Passou um filme na minha cabeça, de toda a minha trajetória e luta diária para chegar até aquele momento. Quando o professor me chamou parecia que eu estava estreando novamente como profissional. Coração a mil por hora. Era uma coisa que cada vez eu via mais longe na minha vida, que era entrar em campo de novo. Fiquei feliz demais e até um pouco tonto na hora de entrar em campo. A perna tremeu bastante. Foi um milagre eu estar ali dentro”, comemorou.
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