A ação provocou mal-estar em Israel, com funcionários do governo condenando a ação. “A Ben & Jerry’s decidiu se denominar sorvete anti-Israel”, disse o premiê Naftali Bennett em um comunicado. “Este é um erro moral e acredito que acabará sendo um erro comercial também.”
O chanceler Yair Lapid chamou a decisão de “rendição vergonhosa ao antissemitismo” e acrescentou que Israel poderia usar as leis dos EUA que visam o movimento de boicotes, desinvestimentos e sanções para retaliar a empresa. O líder da oposição, Binyamin Netanyahu, conhecido por ser um consumidor voraz de sorvete, escreveu no Twitter que a Ben & Jerry’s mostrava aos israelenses “qual sorvete NÃO comprar”.
Mas alguns políticos israelenses pareceram receber bem a notícia. Ayman Odeh, líder da Lista Conjunta de partidos árabes, tuitou uma imagem de si mesmo comendo um “Cone Sweet Cone” da Ben & Jerry’s e sorrindo.
A decisão de se retirar da Cisjordânia foi tomada após pressão de grupos pró-palestinos, que argumentaram que a venda dos produtos Ben & Jerry’s em assentamentos israelenses em território palestino estava em conflito com o apoio da empresa à justiça social.
A marca foi duramente criticada após o conflito entre as forças israelenses e militantes na Faixa de Gaza, em maio, com apoiadores e críticos das causas palestinas bombardeando suas redes sociais com perguntas sobre o Oriente Médio.
“Algum amante de hortelã aí?”, a conta da empresa no Twitter havia questionado em 18 de maio, antes que centenas de pessoas a pressionassem a dar uma posição sobre o conflito em Gaza.
“Eu mudei de Häagen-Dazs para você porque suas posições chamaram minha atenção. Seu silêncio contínuo sobre isso me levou a considerar seriamente um boicote”, escreveu um crítico.
No dia seguinte, um grupo chamado Decolonize Burlington, da mesma cidade de Vermont que Ben & Jerry’s, exigiu um boicote internacional à fabricante de sorvete e a acusou de hipocrisia por não falar sobre Israel da mesma forma que fez sobre os direitos dos refugiados, aquecimento global e o movimento Black Lives Matter. “Se a Ben & Jerry’s quer lucrar com as mensagens antirracistas, precisam ser consistentes”, declarou o grupo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Comentários estão fechados.