De janeiro a março, as importações de produtos químicos foram de US$ 11,6 bilhões, elevação de 21,1% em relação ao mesmo período de 2020. Em termos de quantidades importadas, as mais de 13,7 milhões de toneladas importadas resultam do aumento de 27,5% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, tendo sido registrados aumentos importantes em todos os grupos acompanhados, sobretudo em intermediários para fertilizantes (35,1%) em resinas termoplásticas (32,3%) e em produtos químicos orgânicos (16,2%).
Já as exportações, por sua vez, de US$ 2,9 bilhões, significaram um aumento de 4,5% na mesma comparação, tendo as quantidades exportadas, de 3,9 milhões de toneladas, apontado um incremento na mesma ordem de grandeza, de 3,9%. Tais resultados devem-se fundamentalmente ao desempenho em alumina calcinada, item que figura no grupo de produtos químicos inorgânicos, e em produtos químicos orgânicos diversos.
Em contraposição, os recuos de vendas ao exterior nos grupos de cloro e álcalis (de 36,5% em valor e 62,8% em volume), de catalisadores (de 31,9% em valor e de 43,6% em volume), de intermediários para detergentes (de 3,7% em valor e de 19,8% em volume), e de resinas termoplásticas (de 7,1% em valor e de 25,6% em quantidades físicas) são evidências, segundo a Abiquim, do compromisso da indústria doméstica em garantir o pleno abastecimento nacional para cadeias estratégicas de valor, fato que tem sido fundamental no enfrentamento da pandemia em suas dimensões sanitárias, sociais e econômicas.
“Comparando março deste ano com o mesmo mês em 2020, os preços médios das importações de produtos químicos tiveram alta de 17,8% (de US$ 776/t para US$ 914/t), no contexto do instável cenário internacional para oferta dessas mercadorias, ao passo que os preços médios das exportações setoriais brasileiras (US$ 807/T) continuam os mesmos do ano passado”, diz a Abiquim.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, o momento é crítico e confirma a necessidade de que o País avance mais rapidamente nas reformas estruturantes, especialmente após a equivocada decisão recentemente tomada pelo governo de encerrar o Regime Especial da Indústria Química (Reiq).
“A extinção do REIQ está na contramão do que o Brasil precisa para sobreviver. A aprovação do novo marco legal do gás, por sua vez, é positiva para a indústria, mas seus efeitos só serão efetivamente sentidos no médio prazo. É por isso tudo que a agenda de competitividade precisa ganhar velocidade, sob pena de comprometermos o desempenho de retomada da atividade econômica e da atração de investimentos que serão decisivos para diminuir a dependência externa do Brasil em muitos produtos estratégicos para os quais temos plena condição técnica de fabricação nacional”, destaca Marino.
Comentários estão fechados.