A decisão sobre no posto estratégico da Polícia Federal no DF teria partido de dentro da Superintendência da unidade, dizem fontes da corporação. A dispensa de Perazzoni já foi publicada no Diário Oficial da União.
O delegado é quem assina a representação de 92 páginas que culminou na abertura da fase ostensiva da Operação Akuanduba. A investigação mira um ‘grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais’ e está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
No documento enviado ao STF, Perazzoni apontou ‘fortes indícios’ de envolvimento de Salles em um suposto esquema de corrupção para exportação ilegal de madeira. O acervo de provas inclui relatos de reuniões com madeireiros, alterações nas regras de fiscalização, trocas de mensagens, depoimentos de testemunhas e operações financeiras suspeitas, que atingem o escritório de advocacia de Salles em São Paulo.
Após a deflagração da Akuanduba, Salles negou irregularidades e diz que Moraes foi ‘induzido ao erro’ ao autorizar a operação, classificada por ele como ‘exagerada’ e ‘desnecessária’.
Perazzoni não é o primeiro delegado a deixar um posto de comando após mirar o ministro do Meio Ambiente. Em abril, o delegado Alexandre Saraiva ‘caiu’ da chefia da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas após enviar notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal atribuindo a Salles supostos crimes de obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa. No mês seguinte, Saraiva foi removido da unidade da PF no Amazonas e transferido para a Delegacia da corporação em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
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