As medidas restritivas atuais incluem limite de 60% da capacidade de comércio, restaurantes e bares e funcionamento até 23 horas. Essas regras valem até o fim de julho e deve haver mudança a partir de agosto.
Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas afirmou que a Delta, identificada na Índia, preocupa não só o Estado de São Paulo, mas o Brasil. “Tudo indica que ela terá uma importância epidemiológica”, disse o cientista.
De acordo com ele, é planejado um aumento do número de amostras de pacientes sequenciadas nas duas cidades do interior onde a Delta foi identificada e será feito um estudo para mapear o avanço da variante no Vale do Paraíba.
Covas ainda afirmou que há testes previstos para medir a eficácia da Coronavac contra a cepa. Estudos já mostraram que apenas a primeira dose de um imunizante não é suficiente para barrar a infecção nos casos dos imunizantes da AstraZeneca e da Pfizer. Já a aplicação de duas doses se mostrou suficiente contra a cepa.
Máscaras
Na Europa, o avanço da Delta tem levado a um aumento de infectados e freado planos de reabertura. Coordenador do Centro de Contingência contra a Covid-19, Paulo Menezes afirmou que a alta ocorreu em cidades do exterior onde a exigência de máscaras foi relaxada – o que, segundo ele, não é previsto para este momento no Estado. Alguns deles, acrescentou Menezes, “estão tendo de voltar atrás”.
“O que nós temos é um tripé: a vacinação, o bloqueio, monitoramento dos contactantes (com infectados pela Delta) e a manutenção das regras sanitárias”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
“O Estado de São Paulo pode sim flexibilizar, mas mantendo essas regras de prevenção, que são ampliar a vacinação e também fazer as regras de utilização de máscaras e evitar as aglomerações”, acrescentou o secretário. O governo também destacou a queda no número de internados e mortes pela covid.
A Delta já foi identificada em ao menos nove Estados. Por causa da variante, alguns governos – como Rio e Distrito Federal – decidiram liberar a antecipação da 2ª dose AstraZeneca para ter parcela maior da população com proteção completa. São Paulo, porém, manteve o intervalo de três meses.
Já o governo federal tem enviado lotes extras de vacinas aos Estados da fronteira. A medida, porém, contrariou gestores de outras regiões, como o governador Rui Costa (PT), da Bahia, que reclamou de discriminação, alertou para o risco da chegada da variante por voos e navios e prometeu medidas judiciais. (Colaboraram Italo Re e Sofia Aguiar)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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