ATENÇÃO, SENHORES EDITORES: MATÉRIA COM EMBARGO. PUBLICAÇÃO LIBERADA A PARTIR DE DOMINGO, DIA 16 DE MAIO DE 2021.
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Depois de crescer em março, a procura por financiamento no Brasil voltou a recuar em abril, refletindo as novas medidas restritivas de combate ao coronavírus em algumas partes do Brasil no terceiro mês do ano. O Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) caiu 11% em abril. Contudo, conforme os dados antecipados ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o indicador acumula alta de 231% em 12 meses, elevando, assim, a taxa ante abril de 2020 a 54%.
A oscilação do índice, que mensura mensalmente o número de solicitações de financiamentos, na comparação na margem, é vista como reflexo da sazonalidade. Em fevereiro, o dado apresentou queda de 9%, subiu 2% em março, voltando a ceder em abril. No confronto interanual, parte do motivo do avanço é a base de comparação baixa de 2020, quando começou a pandemia.
“Enquanto março apenas sofreu em parte, o isolamento social foi muito sentido no mês de abril. Há tanto a insegurança quanto à renda futura, o que implica na queda da confiança do consumidor e, por consequência, reduz o consumo de bens duráveis e semiduráveis, quanto o próprio isolamento, que faz as pessoas frequentarem menos centros comerciais, reduzindo o consumo por impulso”, explica Breno Costa, diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech.
Em abril, todos os setores registraram queda na procura por crédito ante março: bancos e financeiras (-14%), serviços (-1%) e Varejo (-3%).
Em contrapartida, as taxas dos setores na comparação interanual têm apresentando avanços. O destaque é o varejo, cuja variação acumulada ficou em 231% em abril em relação ao mesmo mês de 2020. O crescimento foi impulsionado pelo segmento de Vestuário e Lojas de Departamento, com altas de 997% e 409.140%, respectivamente.
De acordo com Costa, trata-se de setores que tiveram desempenho desfavorável há um ano por causa da covid-19. “Praticamente, zeraram em zeraram em abril do ano passado por conta do início do isolamento imposto pela pandemia, o que justifica os números tão expressivos”, justifica.
O crescimento na procura por crédito ainda reflete o “aprendizado” dos varejistas, acrescenta o executivo. No início da pandemia, em março de 2020, relembra, houve interrupção quase que imediata do crédito, que era concedido presencialmente. Por causa disso, afirma, levaram alguns meses para que empresas se adaptassem e criassem formas de conceder crédito online, viabilizado pelas novas tecnologias. “Agora, volta ao patamar normal.”
Também devido à base de comparação fraca, o setor de serviços foi outro a demonstrar melhora na busca por crédito em abril ante o mesmo mês de 2020. Houve alta de 134% no INDC do segmento no período, seguida de expansão de 30% de bancos e financeiras.
A tendência é de acomodação na demanda por crédito no curto e médio prazos, segundo Costa. Isso deve acontecer tanto por causa da insegurança dos consumidores quanto ao futuro quanto em decorrência da alta dos juros básicos. Em maio, pela segunda reunião consecutiva, o Banco Central (BC), elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual, com a taxa passando de 2,75% para 3,50% ao ano.
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