A Secretaria de Saúde do Paraná divulgou, na última terça-feira (22), o boletim semanal referente ao período sazonal da doença iniciado em 31 de julho de 2022. No total, o Estado soma 1.538 casos confirmados e 19.944 notificações, com 3 óbitos.
Ações de conscientização foram realizadas em todo o Paraná no último sábado (19), em alusão ao Dia D de combate a dengue, com o propósito de unir forças entre população, gestores municipais e profissionais da saúde, na tentativa de aumentar as medidas de prevenção contra o Aedes Aegypti.
De acordo com Rodrigo Bertol, diretor da Vigilância em Saúde de Pato Branco, no período do ano em que estamos é comum que ocorra a eclosão dos ovos para a formação de larvas, o que já está sendo encontrada em todo o município.
“As larvas já foram encontradas no último levantamento de índice de infestação e preocupa, porque nós estamos entrando no verão e está sendo chuvoso e acumulando água”.
O diretor destaca que o ano epidemiológico já está começando com maior agravamento do que o anterior, devido ao aumento de casos da covid-19 no mesmo período onde é comum o aumento de incidência de mosquitos transmissores da dengue.
“Estamos no ano epidemiológico 2022 para 2023. No ano de 2022 a gente viu e colheu resultados da falta de pró-atividade que tivemos durante o ano de 2020 e 2021, a gente teve o ano de maior pico de incidência, tivemos decretado a pandemia de dengue em Pato Branco, que só havia acontecido em 2016”, explica.
Dificuldades
O acesso a condomínios é citado por Rodrigo como um problema para os agentes que buscam fiscalizar e conscientizar a população, mas que recebem portas fechadas quando tentam contato. O diretor explica que, em muitos casos, as pessoas estão na residência, mas fingem não estar para não precisar atender os mesmos e, por isso, não estão conseguindo alcançar o objetivo.
“Estabelecimentos fechados que são possíveis focos e a gente não consegue acessar, então é muito importante que a população se solidarize com isso, tivemos casos muito sérios ano passado”.
A dificuldade encontrada atualmente é diferente dos problemas enfrentados durante os dois primeiros anos da pandemia da covid-19 quando os agentes não podiam acessar os ambientes das residências, “a gente viu que a falta da ação de saúde e envolvimento dos agentes na comunidade, não só a questão da dengue, vamos falar de alimentos, estabelecimentos, ferro velho, a gente está colhendo frutos negativos, então é importante que a população busque o conhecimento e pró-atividade para preservar a saúde como um todo”.
Epidemia
Rodrigo aponta que há chances da epidemia de dengue em todo o Paraná e, por isso, casos suspeitos estão sendo observados de perto na Unidade de Pronto Atendimento do município. O tipo 1 de vírus circulante foi identificado na região e causa preocupação nas autoridades.
Solidariedade
Para evitar um cenário pior que o início de 2022, quando os números da dengue foram elevados em toda a região, Rodrigo afirma ser necessário a solidariedade da população, pois os 50 agentes atuantes no município “não conseguem resolver o problema da cidade, e a cidade é de todos”.
“Pato Branco está crescendo e a população tem que se informar, tomar as atividades, se sensibilizar e ser pró-ativa. Se está com um terreno ao lado acumulando água, não custa visitar o local para retirar um plástico, um copo abandonado”, comenta.
O diretor pontua, no entanto, que a principal mudança precisa partir das pessoas que jogam lixo na cidade, pois causam diversos problemas e danos, tanto para a saúde, quanto para o meio ambiente.
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