A Câmara Municipal de Pato Branco entregou na noite de sexta-feira (19) o Título Mietta Santiago à deputada federal Leandre Dal Ponte (PV), em solenidade realizada no plenário da Casa de Leis.
O projeto de decreto legislativo, aprovado pelos vereadores, é de autoria da procuradora da mulher da Câmara de Pato Branco, vereadora Maria Cristina de Oliveira Rodrigues Hamera (PV).
De acordo com Maria Cristina, o título Mietta Santiago é destinado a agraciar mulheres que se destacam nas causas políticas do município de Pato Branco e na luta pelos direitos das mulheres. “É uma forma de reconhecimento público do trabalho, da conduta, do exemplo de vida e da dedicação da deputada Leandre, especialmente, à cidade de Pato Branco e região Sudoeste do Paraná”, destacou a vereadora.
Maria Cristina enfatizou que Leandre é uma mulher incansável na luta por melhorias na qualidade de vida da população, “especialmente na busca por melhoria da saúde pública e na defesa das causas sociais”.
A deputada concedeu entrevista ao Diário do Sudoeste, na tarde de sexta-feira (19), e falou sobre a relevância de receber o título, avanços conquistado pelas mulheres na política e outras demandas sociais.
O que significa para a deputada receber esse título?
Primeiramente, mulheres que enxergam problemas e buscam resolvê-los. Mietta foi assim, em um passado não muito distante. Há pouco tempo as mulheres não tinham quase nenhum direito, a começar pela escolha de quem iriam se casar. O casamento era mais um negócio do que uma relação para a vida, as mulheres tinham distinção dos papéis sociais onde para a mulher era dado o papel do cuidado e para o homem o da vida pública, profissional.
Há pouco tempo as mulheres adquiriram o direito de votar e ser votada, e Mietta traz essa história, de quem viveu plenamente esse direito e lutou muito por ele. Hoje vejo seu nome ser exaltado, principalmente pelo Legislativo, a Câmara dos Deputados também tem o prêmio Mietta Santiago, e fico muito honrada e feliz de estar recebendo esta homenagem aqui na Câmara de Vereadores de Pato Branco. Quero agradecer a vereadora e procurado da mulher, Cris Hamera, que fez essa proposição, e também a todos os vereadores que votaram favoráveis.
Gostaria de compartilhar essa comenda com todas as mulheres de Pato Branco, principalmente aquelas que também se envolveram na política e na minha política, e que me deram a oportunidade de estar na Câmara dos Deputados, lutando principalmente pelas mulheres que diferente da gente ainda vivem em situação de violência, de vulnerabilidade, sem voz e sem vez.
Como é a representatividade feminina dentro do Partido Verde?
Em termos partidário, o Partido Verde sempre incentivou, estimulou as mulheres a participar. Tem dentro do seu estatuto que a gente alcance o equilíbrio partidário entre homens e mulheres. Mas vejo que o problema maior de representatividade feminina não é necessariamente nos partidos, mas na política.
Agora, com uma mudança que fizemos na legislação, que passará a vigorar na próxima eleição, acredito que a representatividade ganhará um incremento, porque a contagem dos votos feitos por candidatas mulheres valerá em dobro para os partidos, e isso traz interesse para cada vez mais termos mulheres candidatas e mulheres eleitas. Isso vale muito mais do que ter uma cota de cadeiras, como vinhamos lutando. Foi muito inteligente ter se colocado dessa forma na reforma eleitoral que fizemos recentemente.
Com isso acredito que se criam oportunidades, porque a mulher não participa da política não porque não gosta ou porque não tem interesse, mas porque infelizmente a politica para a mulher é muito distinta da política para o homem.
Sobre as demandas sociais, como está o trâmite da implantação da Casa da Mulher Brasileira em Pato Branco?
A Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres já deve ter entrado em contato com a Secretaria Municipal de Assistência Social – ou entrará nos próximos dias, justamente para que seja respondido um questionário no sistema para identificar qual a tipologia que poderá atender o município de Pato Branco.
Já deixamos previsão orçamentária, recursos que ficou da minha competência, e me comprometi com Pato Branco de reservar recursos para garantir a execução da obra, que já estão previstos no orçamento de 2022.
Agora é uma questão mais de burocracia. Eles precisam saber quais órgãos que já existe no município, os componentes da rede, o que o município ainda precisa fazer, se já identificou o terreno onde será instalada, números de atendimentos, entre outras informações técnicas.
E as políticas voltadas para os idosos, quais são as novidades?
Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) veio para Pato Branco e trouxe a adesão do município na rede global de cidades e comunidades Amiga da Pessoa Idosa, e o município fazendo um plano de trabalho de diagnóstico, apresentando um plano de trabalho com ações de curto, médio e longo prazo, demos um primeiro passo para uma grande política pública que ainda precisa fazer, e deve ser feita todos os dias.
Esse ano já coloquei um recurso na ordem de R$ 500 mil para poder recuperar um espaço aonde vai servir para fazer um centro de convivência para os idosos. Queremos que as pessoas tenham um envelhecimento ativo e saudável, e Pato Branco tem hoje muitos equipamentos públicos que podem ser muito melhor aproveitados.
Sabemos que essa transição demográfica de envelhecimento da população trará grandes desafios para todas as áreas, pública e privada, porque vai mudar o mercado de trabalho, o perfil do mercado de consumo, das habitações, da mobilidade urbana, por isso é uma política pública constante.
Viemos acompanhando até 2020 essa política, que começou em 2018, e agora o município tem novas etapas a cumprir. Cada ano tem suas prioridades. Acredito que agora que a nova administração já deve ter se situado – não é fácil uma transição, a gente entende que demora um tempo até conhecer todas as políticas existentes, tudo que está rodando no município – deva começar a fazer com que as coisas aconteçam.
Vejo que daqui para frente teremos uma expectativa. A OMS deve fazer uma visita ao município se não ainda este ano, no início do próximo, porque existe um período de avaliação para saber até onde que o município progrediu dentro do plano de trabalho que foi apresentado na Organização Mundial da Saúde, aprovado inclusive pelo Comitê Gestor da Cidade Amiga do Idoso.
Pato Branco tem potencial para o envelhecer saudável, não para as pessoas terem muitos anos de vida, mas para as pessoas terem vida nesses anos a mais que a tecnologia, a ciência e a medicina conquistaram para a humanidade.
O grande significado do envelhecimento é fazer com que as cidades se preparem para acolher as pessoas a medida que elas envelhecem. É poder ter pessoas com 70, 80 anos ativas e saudáveis.
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