“É preciso apurar as irregularidades e punir os culpados”, declarou o parlamentar ao anunciar o número de assinaturas necessárias para a abertura da comissão. Na Alesp, as CPIs são criadas por meio de requerimento de pelo menos um terço dos parlamentares, ou seja, 32 de um total de 94 deputados. Após o protocolo, o pedido aguarda decisão do presidente da Casa quanto à abertura da comissão.
No pedido, obtido pelo Broadcast Político, Fiorilo classifica como necessária e urgente a instalação da CPI. De acordo com o deputado, a instauração “vem ao encontro do anseio da sociedade e dos parlamentares que a subscrevem” para que possam ser apuradas as denúncias contra a Prevent Senior durante a pandemia da covid-19.
“É dever do Legislativo de agir, através de seu poder de investigação, mediante denúncias tão graves envolvendo uma empresa sediada no Estado, que colocou em risco a vida daqueles que moram no Estado de São Paulo”, afirma o parlamentar.
Apesar de a investigação se assemelhar à CPI da Covid, no Senado, o deputado destaca que a comissão não sobrepõe a investigação federal, visto que trata-se de uma apuração específica de supostos crimes contra a saúde no Estado de São Paulo pela operadora de saúde, e não a análise de todo o cenário e uso de verbas públicas no enfrentamento da pandemia nacionalmente.
Se for instalada, a CPI deve realizar seus trabalhos no prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias mediante aprovação da maioria absoluta de seus membros.
Em março do ano passado, a Prevent Senior anunciou que faria o estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina contra a covid-19. A pesquisa foi suspensa logo em seguida, em 20 de abril, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). O órgão descobriu que os testes com pacientes haviam começado antes de a operadora receber o aval para a realização da pesquisa, o que é proibido no País.
Um grupo de 15 médicos que diz ter trabalhado na Prevent Senior encaminhou para a CPI da Covid, no Senado, um dossiê no qual informam que integrantes do chamado “gabinete paralelo” do governo de Jair Bolsonaro usaram a operadora de saúde como uma espécie de laboratório para comprovar a tese de que o chamado kit covid (hidroxicloroquina e azitromicina) era eficiente contra a doença e revelaram que pacientes não foram informados do tratamento experimental.
Procurada para se manifestar sobre a CPI, a Prevent não havia se manifestado até a publicação desta matéria.
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