As primeiras projeções demonstram que parte das lavouras de trigo no Paraná pode estar em risco devido às recentes geadas, dependendo da intensidade do fenômeno em cada região e da fase de desenvolvimento das plantas. Essas informações foram divulgadas pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná, no último boletim semanal de conjuntura agropecuária.
Microregião de Pato Branco
A situação se confirma na microrregião de Pato Branco, composta por 15 municípios, de acordo com Ivano Carniel, técnico do Deral/Seab núcleo de Pato Branco. Segundo ele, as recentes geadas foram fortes e intensas, atingindo praticamente todas as áreas cultivadas. “No caso do trigo, é importante destacar que entre 35% a 40% da área plantada estava suscetível a perdas devido ao frio”, explicou. Ele acrescentou que, em algumas localidades, essa porcentagem pode ser ainda maior, o que pode agravar a situação.
As primeiras informações de campo indicam que a geada afetou uma parte significativa das lavouras de trigo, o que poderá resultar em uma diminuição tanto da produtividade quanto da qualidade do grão. No entanto, os técnicos ainda precisam de mais alguns dias para avaliar com precisão o nível de dano causado. “Também estamos monitorando outras culturas prejudicadas, como as pastagens e a aveia, tanto branca quanto preta, que estavam em um estágio mais avançado e, portanto, totalmente suscetíveis. Os produtores, que investiram alto na compra de sementes de aveia, agora enfrentam prejuízos significativos”, afirmou o técnico.
Além do trigo e da aveia, outras culturas, como a cevada e o centeio, também foram afetadas, embora em áreas menores.
Área cultivada
Em relação à área plantada, estima-se que a microrregião de Pato Branco tenha cerca de 88 mil hectares de trigo neste ano, uma redução de 5% em comparação ao ano passado. Mesmo assim, essa é a terceira maior área de trigo já plantada na história da região. A previsão inicial de produção era de 265 a 275 mil toneladas, o que representaria cerca de 8% da produção estadual. No entanto, devido às recentes geadas, esse número poderá ser revisado nos próximos dias.
As temperaturas negativas, que contribuem para o controle de pragas e um melhor perfilhamento, podem favorecer 22% das lavouras que estão em fase de desenvolvimento vegetativo. Contudo, as geadas afetam outra parte significativa das plantações, que estão em fases mais sensíveis. Carlos Hugo Godinho, engenheiro agrônomo do Deral, destaca que a preocupação aumenta, especialmente nas regiões sudoeste do estado e em parte dos Campos Gerais, devido ao frio intenso desta última terça-feira.
Nessas regiões, aproximadamente 200 mil hectares encontram-se em fases suscetíveis, onde as temperaturas registradas foram particularmente baixas. Perdas variáveis, desde danos menores até perdas totais, podem ocorrer, e serão melhor avaliadas nos próximos dias. Um panorama mais detalhado do impacto das geadas será apresentado no próximo relatório.
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