Esse foi o caso de Mariane da Silva Carvalho, de 33 anos. Ela trabalhava como cozinheira e “bartender” para uma empresa terceirizada que prestava serviços para o resort Costa do Sauípe, na Bahia. Conta que estava no emprego havia dois anos e sete meses e ficou muito triste com a notícia do desligamento.
Paulistana e sem família na Bahia, voltou para São Paulo com o filho de cinco anos. Morando em Paraisópolis, doações feitas por instituições à comunidade ajudam a passar o mês. Para equilibrar as despesas, ela conta com o auxílio emergencial, que recebe desde o ano passado, e um auxílio merenda, dado pela escola.
Desde a demissão, Mariane não parou de procurar emprego. Mas as oportunidades são poucas e, além de tudo, ela ressalta que sofre preconceito no mercado de trabalho por ter criança pequena. Enquanto isso, tem feito alguns cursos técnicos gratuitos para não ficar parada. “Vou manter a esperança.”
Diferentemente de Mariane, José Matias Vicente Júnior, de 20 anos, nunca teve emprego registrado em carteira. Ele está à procura da primeira vaga, mas critica as oportunidades de vagas. “As empresas buscam profissionais graduados, com inglês fluente e experiência, eles querem você grande, mesmo que o cargo seja de nível mais baixo.”
Vicente Júnior mora na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, com o pai, de 61 anos, que trabalha assentando pedra. No período de maior crise, no ano passado, a renda da família foi complementada pelo auxílio emergencial do pai e por bicos que faz. Recentemente, ele começou um pequeno negócio, vendendo camisetas por meio de plataformas na internet. “Trabalho por encomenda. Ainda está no começo, mas espero conseguir alguma renda. Não podemos ficar parados.”
Já Alexandre dos Santos Verçosa, de 35 anos, é barbeiro, e notou queda no número de clientes. Quando a clientela começou a cair por causa da pandemia, logo no ano passado, ele parou de alugar uma cadeira no salão onde trabalhava e fez uma vaquinha online para comprar os próprios equipamentos.
“Alugar uma cadeira” significa que, se o corte de cabelo custava R$ 50, Verçosa pagava R$ 30 ao estabelecimento, que acabou fechando. “Os cortes têm caído bastante, e não tenho outro trabalho. A única fonte de renda é da minha mãe, que trabalha de carteira assinada, como babá. Nossa prioridade tem sido a cesta básica e as contas. A gente paga as contas, e o dinheiro acaba em uma semana. Tem sido bem difícil.” (Colaborou Felipe Siqueira)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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