Em 5 de setembro de 1972, durante os Jogos de Munique, na Alemanha, o grupo terrorista palestino “Setembro Negro” atacou a delegação israelense, causando a morte de 17 pessoas, sendo cinco atletas de Israel. O atentado ficou conhecido como “Massacre de Munique” e transformou os métodos de segurança nas edições olímpicas, assim como acirrou os sentimentos entre palestinos e israelenses. Filmes foram feitos sobre esse episódio.
Em 1996, a Palestina passou a disputar os Jogos Olímpicos e ódio entre os dois povos foi para dentro das quadras, piscinas e pistas. O caso Nourine x Butbul não foi o primeiro de intolerância entre os países que vivem em conflito na região por posse do território mais acirrado desde 1948 no fim do século 20, quando foi declarada a criação do Estado de Israel.
Em 2004, o judoca meio-leve iraniano Arash Miresmaeili, porta-bandeira de sua delegação e favorito ao ouro olímpico, foi excluído dos Jogos de Atenas por se negar a enfrentar na primeira rodada de sua categoria o israelense Ehud Vaks. Em 2011, no Mundial de Luta Olímpica, em Istambul, o medalhista de bronze no estilo greco-romano até 96kg, na edição de 2007, o iraniano Rezaei, não apareceu para a luta de estreia contra Robert Avanesyan, de Israel.
Nos 55kg, Mohsen Hajipour, do Irã, campeão asiático, perdeu, de propósito, seu combate com Donior Islamov, da Moldávia, na estreia somente porque não aceitou seguir na disputa. Ele sabia que o vencedor lutaria com o israelense Vladimir Tsaryuk.
Em julho ainda de 2011, no Mundial de Natação, em Xangai, o iraniano Mohammed Ali Rezaei se recusou a cair na piscina para disputar a mesma bateria que tinha o israelense Gal Nevo. Oficialmente, a delegação do Irã justificou que seu atleta estaria doente. Foi a mesma explicação quando o nadador não competiu nos Jogos Olímpicos de 2008 e no Mundial de 2009 em baterias com israelenses.
Por causa desses casos de 2011, o Comitê Olímpico Internacional (COI) reuniu os Comitês Olímpicos Nacionais de Israel e Palestina para “selar a paz” nas vésperas da disputa da Olimpíada de Londres-2012. Três anos depois foi a vez de a Fifa tentar um acordo entre os povos rivais no futebol, mas também sem sucesso.
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