Narra o Evangelista Lucas que Jesus orava em determinado lugar. Ao concluir, um de Seus discípulos se acercou e pediu: Senhor, ensina-nos a orar.
Para aqueles homens, todos judeus, tal pedido era um tanto surpreendente, considerando que fazia parte da sua cultura fossem introduzidos nas tradicionais práticas religiosas, desde a infância.
Eram homens que frequentavam a sinagoga de sua cidade. Ou o templo, quando em Jerusalém.
Natural, portanto, se pensar que oravam, pois deviam conhecer minimamente os códigos religiosos que os regiam.
O que se deduz do pedido é que devem ter percebido que a relação de Jesus com a Divindade era um tanto diferente.
Por isso, tentando compreender um pouco mais a respeito, fizeram tal pedido.
O Mestre os atende, de imediato. Reconhece que não se trata de mera curiosidade, mas da real vontade de aprender sobre Deus, transcendendo a exteriorização das tradições, tal qual viam e observavam nas práticas habituais.
Então, Jesus os orienta que, desejando orar, se dirijam a Deus, nos seguintes termos: Pai nosso, que estás nos céus.
Nunca antes, para aqueles homens, alguém havia se dirigido a Deus daquela forma.
E ali é desvendada a Paternidade Divina. Um Deus Pai, que ampara, que cuida, que oferece o melhor.
Um Deus, como explica Jesus, que, se cuida das aves do céu e dos lírios do campo, jamais desampararia Seus filhos.
Um Deus que provê as necessidades de todos, a cada dia, sem precisar que nos aflijamos com o amanhã.
Um Deus que ama os seres, independentemente de seu credo. Ou mesmo aqueles sem credo.
Cujo amor alcança os desvalidos, mas também os poderosos.
Que se ocupa dos bons e amorosos. Porém, não se esquece daqueles que ainda permanecem no mal e na desfaçatez.
Um Deus amor que desconhece origem de raça, classe econômica ou qualquer artifício que tente classificar e separar homens e mulheres.
Dessa maneira, não importa em que situação nos encontremos.
Não importa quão graves tenham sido nossos tropeços ou o tamanho dos erros que acumulemos em nossa consciência.
Sempre podemos contar com o amor do Pai.
Ele nos permitirá o resgate dos equívocos, mesmo os mais graves que possamos ter cometido.
Irá nos amparar nos dias mais difíceis que venhamos enfrentar.
Deus estará sempre a postos para nos aguardar o apelo.
Mesmo quando nos distanciarmos d’Ele, negando-o, tentando esquecê-lo ou extraindo-o de nossa vida, Ele permanecerá a velar por nós.
O Seu é aquele amor que Jesus apresentou na parábola do filho pródigo.
Mesmo depois de ter esbanjado, de forma tola, tudo que o Pai lhe dera, envolto em dores e miséria, alquebrado e arrependido, retoma o caminho do lar.
E encontra o Pai amoroso a aguardá-lo, de braços abertos.
Nada indaga. Apenas acolhe, ampara.
Nos momentos mais difíceis, pelos caminhos espinhosos, doloridos, sempre podemos contar com Deus, nosso Pai.
Com seu amor incondicional, Ele nos erguerá e estabelecerá roteiros de refazimento, de reabilitação, de renovação.
Redação do Momento Espírita
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