Dezembrite: Síndrome do final de ano, o que é e como não sofrer com ela?

As emoções negativas causadas neste período podem afetar muito a saúde mental das pessoas

Com a chegada do final de ano, das comemorações de datas festivas e toda a retrospectiva e análise de fechamento de ciclo que a maioria das pessoas vivenciam, vem uma avalanche de sentimentos que podem ser positivos ou negativos dependendo de cada pessoa em questão.

Neste período, algumas pessoas podem vivenciar a Síndrome do Final de Ano, também conhecida como dezembrite, que ocorre emconsequência do aumento dos casos de estresse, ansiedade e até depressão. “Por incrível que pareça, em períodos festivos, há quem fique melancólico. Talvez por solidão, falta de amigos ou vida social ou por que, nestes momentos, são levados à reflexão sobre sua vida”, disse a psiquiatra, Valéria Azevedo.

A médica alertou sobre os perigos de reincidência da doença para pessoas que já foram diagnosticadas com algum tipo de doença mental. “No fim do ano, quando sentimos que um ciclo acaba, pode ocorrer reagudização ou recidiva de quadros depressivos e/ou ansiedade. Pelas decepções impostas pela vida, pela não concretização de sonhos ou projetos, por perdas e danos que todos nós enfrentamos, mas que as pessoas portadoras destes transtornos mentais, muitas vezes, não conseguem elaborar bem”, explicou.

Neste contexto, Valéria dá dicas práticas. “É normal ficar mais ansioso no final do ano. Para lidar melhor com isso, é importante não ter expectativas inatingíveis, evitar gastos excessivos movidos por impulso, manter a rotina, dentro do possível, pois ela ajuda a organizar também a nossa mente”.

Tratamento

Valéria Azevedo é Médica Psiquiatra, CRM/PR 14375

Segundo a psiquiatra, é preciso cuidados especiais para quem está em tratamento de doenças mentais. “Quem faz tratamento para depressão, ansiedade, ou quaisquer outros transtornos psíquicos, e que fazem uso de psicofármacos, devem evitar os excessos desta época, a começar pelo consumo de bebidas alcóolicas, mas, também, tentar manter os horários de sono e de alimentação”.

Sobre as maneiras de amenizar a ocorrência de sentimentos ruins, a médica afirma que “para evitar pensamentos negativos existem técnicas psicoterapêuticas; porém, é preciso evitar a positividade tóxica, frases do tipo “vai ficar tudo bem”, pois sabemos que a vida nos pede coragem e que, às vezes, coisas ruins acontecem com pessoas boas. É fundamental sabermos lidar com as frustrações que vivenciamos”.

Atenção aos sinais

São muitas as pessoas que sofrem de transtornos mentais que não procuram o tratamento adequado, muitas vezes por não saber identificar as doenças e, uma vez que sentimentos como estresse, ansiedade e melancolia são intensificados, existe um agravamento dos sintomas, que acende um sinal de alerta às pessoas.

Valéria Azevedo explica que além do natural cansaço de fim de ano, ou deste processo de retrospectiva pessoal, que pode levar a alguns pensamentos tristes, há sinais de alerta para suspeição de que algo não está bem ou que já estamos em um quadro depressivo, de síndrome de burnout ou de esgotamento. “Quando afeta a produtividade, a capacidade de se relacionar ou conviver com outrem ou se a pessoa percebe ideias suicidas é preciso ficar atento”, alertou.

A medica afirma que “para mantermos nossa saúde mental, é preciso entender que esta virada de ano é, também uma convenção. Que a vida continua após as festas e, quem mantém a disciplina, as finanças em dia e as relações familiares e sociais pacificadas, obtém alegria e paz de espírito”.

Síndrome de burnout

A Síndrome de Burnout, também conhecida como a síndrome do esgotamento profissional, está cada dia mais incidente e ocorre com mais frequência neste período de finalização de ano, onde muitas empresas trabalham em ritmo acelerado para cumprir prazos e metas e também no momento em que as avaliações e fechamentos são realizados.

Segundo definição da  Organização Mundial da Saúde (OMS)  está síndrome é “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”.

Ela também caracteriza a doença em três condições. Uma delas está relacionada a sensação de exaustão ou falta de energia. Outra faz menção aos sentimentos de negativismo, cinismo ou distanciamento ao trabalho. E a terceira relata a sensação de ineficácia e falta de realização.

Trata-se de um estado de esgotamento mental e físico, onde os sintomas mais comuns são a sensação de cansaço excessivo, onde o indivíduo se sente exausto mesmo depois de uma noite inteira de sono, também é comum sentir dores de cabeça e ter uma consequente queda no rendimento profissional, além de poder apresentar oscilações de humor e mudanças nos hábitos alimentares, podendo chegar a compulsão ou intensificação de sintomas relacionados a doenças mentais já existentes.

Neste ano, dado ao crescimento dos índices de ocorrência da síndrome de bournot, a  OMS incorporou a síndrome à lista das doenças ocupacionais.

Stressed man frustrated with electronic devices in office

Dica de presente para o Natal

Livro “Não deixe a vida te maltratar – A busca da (in)felicidade

Se você ainda não comprou o presente de natal, o livro Livro “Não deixe a vida te maltratar – A busca da (in)felicidadepode ser uma excelente escolha.  A obra escrita por Nelio Tombini mostra como a mente está condicionada ao sofrimento e apresenta o caminho para uma vida mais leve.

Publicado pela Citadel Editora, o novo título é um trocadilho com esta mentalidade: Não deixe a vida te maltratar. Segundo Tombini, não é a vida que aflige a pessoa e sim ela que desdenha da própria existência. “A vida só dá o troco”, afirma e completa: “se você não cuidar da sua vida, tudo vai ficar mais difícil”.

Mais que falar sobre a autossabotagem, o objetivo da obra é mostrar ao leitor o caminho para alcançar a plenitude e estabilidade psicológica. Se a mente tem a capacidade para maltratar o ser, por que não teria também o poder de alcançar um estado de felicidade?

Lembremos que é do veneno da cobra que se  cria o soro para combater a picada do próprio  animal. O veneno combatendo o veneno. (Não deixe a vida te maltratar, pg. 1)

As páginas deste lançamento, também abordam assuntos como os “viciados em trabalho”, ou workaholics, síndrome de burnout, bipolaridade, escravidão psicológica e a toxidade do pensamento positivo. Todos temas que se conectam no mesmo ponto: fazem com que momentos ruins se sobressaiam aos bons e tornem qualquer adversidade em um monstro de sete cabeças.

Como uma sessão de terapia, Tombini oferece no livro reflexões e percepções para que o leitor compreenda com mais intimidade os próprios sentimentos, saiba lidar com eles e aprenda a ter controle para tomar decisões. “É preciso semear o autoconhecimento emocional para colher os frutos da felicidade sem passar por uma enxurrada de infelicidade”.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.