Dezembro Laranja é uma campanha criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e que visa a conscientização sobre a prevenção do câncer de pele. No Brasil, um país tropical em que o sol e o calor predominam na maior parte do ano, o câncer de pele é o tumor mais frequente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele corresponde a cerca de 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil.
Embora menos frequente (representando cerca de 5% dos casos), o melanoma é o tipo de câncer de pele mais grave, devido à sua alta possibilidade de sofrer metástase, ou seja, de se disseminar para outros órgãos. Em 2020, no Brasil, foram registrados 8,4 mil novos casos de melanoma e aproximadamente 2 mil mortes relacionadas à doença.
O melanoma tem origem nos melanócitos, células produtoras de melanina (substância que determina a cor da pele), e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. É mais frequente em adultos brancos, mas também pode acometer os adultos de pele negra, sendo mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.
A exposição elevada aos raios ultravioleta é a principal causa do melanoma, porque pode levar à mutação do DNA dos melanócitos. Alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: exposição excessiva e desprotegida ao sol, ter pele clara, histórico prévio de câncer de pele, histórico familiar de melanoma, pinta escura e idade – após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta.
Quando o câncer de pele é diagnosticado no início, ele tem mais de 90% de chance de cura. O diagnóstico precoce evita que o paciente tenha que ser submetido a cirurgias mais complicadas e tratamentos intensos, como quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Nos últimos anos, a sobrevida dos pacientes com este tipo de câncer de pele melhorou, principalmente por conta da detecção precoce do tumor e da introdução de novos medicamentos imunoterápicos.
Mas melhor ainda é a prevenção! Por isso, listamos as formas de como se prevenir e se proteger do câncer de pele.
1) Proteção contra radiações solares
Para se prevenir do câncer de pele e se proteger das lesões provocadas pelos raios UV, é recomendável evitar a exposição excessiva ao sol sem proteção sempre que possível, sobretudo nos horários mais intensos, entre 10 e 16 horas. Se precisar se expor ao sol, devem ser utilizados chapéus, guarda-sóis, óculos escuros, camisas de mangas longas, calças e, principalmente, filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre. O produto deve ser reaplicado a cada duas horas. O filtro solar deve ter um fator de proteção solar (FPS) de, no mínimo, 30 e deve ser utilizado diariamente, mesmo dentro de casa e em dias frios e nublados, porque a radiação UV atravessa até mesmo as nuvens.
2) Acompanhamento médico e investigação com exames
É necessário consultar anualmente um dermatologista para um exame completo, que pode identificar possíveis riscos. Sobretudo, aqueles com sinais ou sintomas da doença, histórico familiar e pertencentes aos grupos com as maiores chances de desenvolver a doença. A realização de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos e consultas médicas possibilitam a detecção precoce, que aumenta as chances de cura.
3) Método ABCDE
O método ABCDE é uma espécie de auto exame que ajuda a avaliar o risco de uma mancha ou sinal se tratar de um tumor de pele. Como os sinais da doença são visíveis, é possível ficar alerta a qualquer alteração. As letras apontam sinais sugestivos de tumor de pele:
A – Assimetria – quando uma metade do sinal ou pinta é diferente da outra;
B – Bordas irregulares – quando o contorno é mal definido;
C – Cor variável – quando existem várias cores em uma mesma lesão, mancha ou pinta, como preta, castanha, branca, avermelhada ou azul;
D – Diâmetro – quando é maior que 6 milímetros.
E – Evolução – quando é possível notar mudanças em suas características, como tamanho, forma ou cor.
Se notar alguma alteração, é importante que seja investigada por um médico.
4) Testes genéticos
Já existe um teste genético que identifica predisposição ao melanoma de origem hereditária e ajuda a prevenir o surgimento de milhares de casos desse câncer. Com apenas uma amostra de saliva coletada em casa, o usuário pode descobrir se possui predisposição a desenvolver essa doença e buscar uma prevenção especializada da forma mais precoce possível com o seu médico, diminuindo as chances da doença o surpreender e melhorar as chances de cura, caso ela se desenvolva. Esse teste avalia se existem mutações no gene CDKN2A. As pessoas com mutações nesse gene têm muito mais risco de desenvolver a doença. Por isso, quando descoberta a predisposição, o usuário deve aumentar a frequência de consultas com o médico, evitar ainda mais a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV, além de informar a família para ter os mesmos cuidados, já que se trata de uma mutação genética que pode estar presente em outros membros da família. (Assessoria)