Vivemos uma era de intensas mudanças: transições energéticas, da estrutura etária da população brasileira e mundial, ampliação intensa de processos digitais, automação e do uso de inteligência artificial e mudanças inclusive climáticas. Neste momento desafiador cabe uma reflexão sobre o futuro de nossas profissões: todos os campos das engenharias estão sendo afetados por essas profundas mudanças da sociedade. Mas nem tudo pode ser tratado no futuro como “a ser resolvido pelo uso de tecnologias ou por robôs”. São as habilidades humanas e o pensamento criativo necessários para compreender, projetar, construir e gerenciar a novas tecnologias que estarão em demanda crescente. Parece até paradoxal, mas, na nossa visão, o olhar humano dos nossos profissionais deve ser cada vez mais alvo de cuidados na formação dos novos engenheiros e na contínua capacitação e requalificação dos que já atuam no mercado de trabalho.
O Sistema Confea/Crea tem acompanhado atentamente essas transformações do mundo, os desafios globais, a era digital e está se adequando para ser cada vez mais atuante dentro das mudanças que tem acontecido, para colaborar com a formação e atuação dos profissionais que atendam as demandas dessa nova era de mudanças.
Entre as várias reflexões existentes, o Crea-PR destaca, nesse Dia do Engenheiro – 11 de dezembro –, os resultados de um recente e profundo estudo sobre tudo o que envolve a engenharia no País, hoje com 1,1 milhão de profissionais registrados no Sistema Confea/Crea, apresentando um amplo diagnóstico sobre as demandas do mercado de trabalho, as diferentes formas de ocupações e uma análise sobre o que se espera para o futuro da profissão.
Esse conjunto de informações e reflexões faz parte do Relatório “Futuro da Engenharia no Brasil”, produzido neste ano de 2023 pela Mútua – Caixa de Assistência aos Profissionais do Sistema Confea/Crea. O material pode ser acessado na íntegra no endereço: mutua.com.br/publicações
A iniciativa desse trabalho está direcionada a fomentar o desenvolvimento e aprimoramento das profissões e levantar informações sobre exigências do mercado, tendências da economia, tecnologia e da sociedade, que podem contribuir para a reflexão e as ações de nosso Conselho Profissional.
“O que queremos é ser cada vez mais colaborativos com todas as necessidades que surgem. Para isso, promovemos uma ampla capacitação que contribua não apenas com habilidades técnicas dos engenheiros, mas nas características comportamentais, empreendedoras e de inteligência emocional, pois hoje o mercado exige profissionais completos e preparados para a gestão de pessoas,”, afirma o presidente do Crea-PR, Eng. Civ. Ricardo Rocha de Oliveira.
Ele acrescenta ainda que para seguir esse caminho é preciso ir além do processo formativo tradicional: “Não basta apenas ter se capacitado em habilidades técnicas, mas sim estar aberto a um processo contínuo de desenvolvimento ao longo da vida profissional, obter conhecimento para atuar e dar efetivos resultados em uma nova realidade, em um mundo que conecta diferentes gerações, que abre espaço para a diversidade cultural, de gêneros e para a sustentabilidade. Por isso, a nossa preocupação é que o Sistema esteja em constante atualização”.
Cenário desejado
O relatório Futuro da Engenharia no Brasil mostra exatamente que as ocupações que irão existir daqui para frente nas engenharias deverão estar voltadas para empreendedorismo, intraempreendedorismo, criatividade, inovação, gestão e competências comportamentais e socioemocionais. Os profissionais serão vistos pelo mercado como um desenvolvedor de soluções para problemas em geral e para os grandes desafios globais. O que se espera para todos é um bom equilíbrio e realização em todos os aspectos da vida: mentalmente, fisicamente e financeiramente.
Outro ponto de destaque lembrado é que o registro profissional junto ao Sistema é condição indispensável ao exercício da profissão e para que a sociedade não esteja sujeita a riscos graves.
Diversidade
Pensar no futuro é também considerar ambientes de trabalho mais diversos e inclusivos para minorias étnicas e de gênero e para pessoas com deficiência, com foco na formação desses profissionais para cargos de liderança, cita o relatório. O cenário no Brasil ainda precisa de avanços e dada a importância da diversidade e inclusão para a geração de soluções inovadoras para os grandes desafios da humanidade, esta questão se torna uma tendência cada vez mais essencial e recorrente. O estudo considera ainda que a chamada Geração Z – nascida entre a segunda metade da década de 1990 e 2010 – representa a força profissional e consumidora do futuro e o mercado de trabalho como um todo tende a se adaptar ao perfil e às necessidades demonstradas por essas pessoas.
Entre tendências de novas formações curriculares que formem profissionais com capacidade de atuação em uma agricultura moderna, capaz solucionar problemas e ampliar a produção nas áreas de alimentos, saúde e biotecnologia, setor financeiro, energia e cidades sustentáveis, resilientes e inteligentes.
Tecnologia
O uso da tecnologia será cada vez mais demandado para muitos desafios. A recém lançada Plataforma Crea-PR Conecta surge nesse sentido com uma possibilidade de atualização profissional e conexão com empresas e contratantes de serviços. O Portal busca a maior inserção de profissionais no mercado de trabalho e traz também assuntos relevantes e oportunidades para a formação dos acadêmicos, bem como para inserção de jovens profissionais, atualização e requalificação dos que já estão atuando no mercado e precisam se preparar para as mudanças contínuas, rotineiras daqui para frente.
Apesar de todos os benefícios que hoje a tecnologia permite, o Crea-PR mantém o compromisso de estar sempre próximo dos profissionais. “Prova disso, são investimentos para a modernização de inspetorias no Estado e a preferência por atendimentos personalizados, para compreendermos melhor as diferentes profissões e as necessidades delas”, ressalta o presidente do Crea-PR.
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