Diabetes descontrolada pode levar ao desenvolvimento de outras graves doenças

O diabetes descontrolado pode levar a morte e são inúmeras as doenças possíveis de serem desencadeadas ou agravadas, se o tratamento não for realizado adequadamente.


Questionada sobre o assunto, a Endocrinologista, Tais Mussi, afirmou que são inúmeras as complicações que podem surgir, sendo as mais famosas e comuns: a polidipsia, poliúria e a polifagia. “Isso nada mais é do que quando a pessoa sente uma fome excessiva, urina com bastante frequência e sente muita sede, ao ponto de acordar no meio da noite para tomar água. Podemos considerar estes, sinais de que o diabetes já está instalado no corpo e, mais do que isso, ela está descompensado.


É importante destacar que é nesta fase que, por muitas vezes, o paciente acaba sendo diagnosticado. “Os sintomas já mencionados, além de um quadro de fraqueza extrema, perda de peso inexplicável, dificuldade de cicatrização e alterações na visão, são os motivos mais comuns que levam o paciente a procurar o atendimento médico.


Esta desinformação sobre o funcionamento prático da doença no organismo, seus sintomas e possíveis complicações, são desconhecidas de pelo menos 30% dos pacientes diagnosticados com pré-diabetes, que afirmam conhecer o nome, mas não tem ideia do que esta patologia causa realmente no corpo humano, portanto, não sabem identificar o perigo. “Além disso, é importante lembrar que 50% dos casos acabam evoluindo para a diabetes e precisam de tratamento e acompanhamento médico para não levar a situações de saúde mais graves”.


Existem três tipos de diabetes: tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional.


Para o diagnóstico, quando os pacientes chegam aos consultórios com as queixas mais comuns, é habitual o médico solicitar dois tipos de exames para a confirmação da doença, o exame de curva glicêmica e, em uma sequência de investigação, o exame de hemoglobina glicada.


O descontrole pode levar a infarto e AVC


Quando falamos em gravidade, é bom destacar que quando descontrolada a doença pode levar até a morte, sendo grandes os riscos da ocorrência de infarto e AVC – Acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame cerebral. Então, sim, é possível afirmar que o diabetes pode levar a morte.

As pessoas adultas com diagnóstico de diabetes apresentam taxas de mortalidade por doenças cardíacas cerca de duas a quatro vezes maiores do que aquelas que não possuem a doença. Já com relação aos índices de ocorrência de AVC, o risco é de duas a quatro vezes maior entre os diabéticos.

Outras doenças desencadeadas podem ser igualmente perigosas ao organismo. De acordo com Thais Mussi, devido às alterações nos índices de glicemia, não é incomum, se não trato adequadamente, que algumas pessoas apresentem alterações na visão, resultando em cegueira parcial ou permanente em casos mais extremos, ou ainda, alterações nas funções renais; também a perda de sensibilidade dos membros inferiores, podendo a chegar até a amputação. 


Uma vida “quase” normal pode ser vivida

O tratamento para o controle do diabetes pode variar muito, dependendo de cada caso, mas o mais importante, segundo Thais Mussi, é realizar um acompanhamento periódico para o controle da doença. “O ideal é manter o atendimento que eu chamo, neste caso, de “trio de ouro” que faz parte do tratamento, medicamentoso ou não, com o médico endocrilogista, uma reeducação alimentar orientada por nutricionista e mudança de hábitos coordenada, preferencialmente, por um profissional de educação física. Assim é possível ter um melhor controle da situação de saúde do paciente, permitindo que ele conviva com a diabetes de maneira tranquila, sem sofrimento”, observou.


Além disso, a Endocrilogista afirma que esta série de cuidados permitem que o paciente leve uma vida “normal” tendo apenas que administrar com tranquilidade o seu tratamento, lembrando que com o passar do tempo e condições do paciente, o médico vai reavaliando e reajustando conforme a necessidade. “É extremamente importante a mudança do estilo de vida como um todo. Temos que trocar o medo pela precaução. Não é fácil receber o diagnóstico de diabetes, mas temos que entender que ali está a oportunidade de cuidarmos com o máximo de carinho do nosso corpo”, garantiu.

Com relação ao tratamento medicamentoso, existe uma variedade que pode ser muito positiva, principalmente, para os pacientes que tem medo das tão “famosas” injeções de insulina. Mussi, afirmou que o tratamento segue atendendo a características individuais, podendo ser via oral; através da aplicação de insulina; ou ambos, dependendo de cada caso. “A boa notícia é que as medicações estão em constante evolução, sempre surgem coisas novas que nos permitem rever o tratamento e facilitar para o paciente, alcançando resultados muito positivos, com muito menos efeitos colaterais. Atualmente temos insulinas que duram de 8 podendo chegar até 36 horas de atuação no organismo”, afirmou.


As pessoas com maior fator de risco para desenvolver o diabetes são aquelas que estão acima do peso, sedentárias, tabagistas, que apresentem pressão alta, colesterol com níveis anormais e histórico familiar de ocorrência da doença. Mulheres que desenvolveram durante a gravidez um quadro de diabetes gestacional também devem ficar atentas.

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