“Confesso que neguei um pedido de cargo para seu irmão servidor. E por um momento pensei que pudesse ser uma retaliação. E confesso que sempre achei desproporcional demais. Mas agora, o que se deslinda, é a possibilidade de ter ocorrido uma frustração no campo econômico também”, afirmou Dias em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.
Luís Miranda atribuiu a fala do ex-funcionário da Saúde a uma estratégia do governo. O parlamentar disse ao Estadão que o único pedido feito por ele a Dias foi para reservar 500 mil respiradores para Brasília.
“É o famoso comentário que segue a mesma estratégia de todos. Desconstruir a testemunha. Fazer ter uma dúvida para que a base bolsonarista faça um recortezinho”, afirmou Miranda.
O político do DEM negou que o irmão tivesse qualquer pretensão de mudar de cargo. O servidor é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, setor que era comandado por Dias.
“O que me recordo era que meu irmão queria sair desse departamento pela quantidade de denúncias de rolos, para não chamar de corrupção que esse departamento tem, o DLOG”, disse Miranda.
Na CPI, Roberto Dias também negou ter pedido vantagens a Luiz Paulo Dominghetti, policial militar que o acusou de pedir propina em negociações para compra da vacina AstraZeneca. Dominghetti atuou como representante da Davati Medical Supply e, em depoimento à CPI da Covid, na semana passada, ele confirmou ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose na compra de 400 milhões de doses da vacina.
Comentários estão fechados.