Um rapaz de 29 anos, que esteve em São Paulo e outro de 16, que viajou para Toronto no Canadá, são os pacientes que aguardam o resultado dos exames coletados nesta semana
Como o Diário do Sudoeste antecipou na edição de quinta-feira (4), o Departamento de Vigilância em Saúde de Pato Branco apresentou mais detalhes sobre os dois casos que estão sendo investigados, suspeitos de infecção por varíola dos macacos, monkeypox.
Tatiany Zierhut, responsável pelo Setor de Epidemiologia revelou que os dois casos suspeitos, são duas pessoas do gênero masculino, uma com idade de 29 anos e outro de 16 anos. “Um esteve em São Paulo e um em Toronto, [no Canadá]. Eles começaram apresentando febre, após dois [do retorno], outros dias do início da febre, [começaram a apresentar] mal-estar, fraqueza, e erupções cutâneas”, relatou a enfermeira completando que neste momento da evolução clínica, ambos procuraram atendimento médico, o que resultou no acionamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), para a notificação de casos suspeitos de monkeypox.
Os exames coletados forma encaminhados para o Laboratório Central do Estado (Lacem) e seguem para São Paulo. A previsão é de que no início da próxima semana estejam disponíveis os resultados.
Os pacientes seguem isolados em ambiente residencial, uma vez que apresentam sintomas leves, e somente serão transferidos para unidade hospitalar caso haja agravamento do quadro clínico.
De acordo com o diretor de Vigilância de Saúde, Rodrigo Bertol, no caso dos dois pacientes suspeitos, “parentes e familiares não tiveram contato [que possibilitasse a contaminação viral]”, ainda segundo ele “já rastreamos e foram orientados que tomem os cuidados necessários.”
Estrutura
Na quarta-feira (3), equipes de saúde de Pato Branco estiveram reunidas para alinhar os protocolos diante da possibilidade de ocorrência da introdução da doença no município, além de ações de enfrentamento. “Mesmo sendo casos de suspeitas da doença, torna-se necessária medidas preventivas, que por ser uma doença transmitida por vírus, cedo ou tarde o município vai se deparar com essa enfermidade”, afirmou Bertol na ocasião.
Nessa quinta, ele reforçou a necessidade de estabelecer atento constantemente as orientações, uma vez que “ela sofre uma mutação cotidiana”.
Bertol também declarou que “um grupo de estudos que vai acompanhar esses dois casos até o fim”, contudo, ele ressalvou que esta conduta pode mudar ainda no início da próxima semana quando já devem estar disponíveis os laudos dos exames. Ele também afirmou que de forma adiantada, os procedimentos a serem adotados estão sendo discutidos com hospitais e unidades de saúde.
Uma dessas medidas foi antecipada no encontro com a imprensa, na manhã de quinta. Na reunião técnica de quarta, ficou definido, que será implementada uma área específica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “onde [o paciente] terá prioridade para qualquer problema relacionado a esses sintomas.”
Infecção
A médica infectologista da Policlínica, Suzane Marafon destacou que os primeiros sintomas apresentados pelos pacientes infectados por varíola dos macacos são: febre, mal-estar, dor no corpo, podendo aparecer as ínguas, e alguns dias depois podem aparecer as erupções cutâneas.
Tais descrições segundo ela pode levar a uma interpretação equivocada, confundindo com outras doenças: inicialmente com dengue, covid, e somente após as aparições de lesões a suspeita de monkeypox.
“É importante, principalmente quem for fazer viagens nacionais, internacionais, que se voltar de viagem com quadro de febre, fique atento ao aparecimento de lesões cutâneas, que podem aparecer poucas lesões, a gente está percebendo que é mais em região genital, as vezes algumas lesões em membros, mas muito poucas, para reforçar a importância disso, dos sintomas que podem aparecer depois do quadro de febre”, alertou a médica infectologista.
Suzane fez questão de destacara que a transmissão pode ocorrer tanto por via respiratória ou por contato, “mas o principal é por contato nas lesões, tanto na região genital quanto no restante da pele e por via respiratória que é pelas gotículas”, desta forma, enfatizou que “a proteção acaba sendo pelo uso de máscara cirúrgica e a higiene de mãos”, ações que estão sendo amplamente difundidas desde o início da pandemia de covid-19.
Com relação a tratamento, a médica afirmou não haver “tratamento disponível no Brasil”, e que os tratamentos já existentes ainda estão sendo usando para estudos, o que não vem ocorrendo no território brasileiro.
Desta forma segundo Suzane, “o tratamento é de acordo com os sintomas, medicação para febre, medicação para dor, se as erupções cutâneas acabarem infectando, terem infecção bacteriana acaba usando antibiótico, mas não é de regra usar antibiótico nesses casos.”