A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) deu início às obras de perfuração de um novo poço em Dois Vizinhos, visando aumentar a capacidade de abastecimento de água na cidade. Este poço, que captará água do Aquífero Guarani a uma profundidade de mil metros, espera-se que produza cerca de 200 mil litros de água por hora, o que representa um aumento de 60% na capacidade atual do sistema.
Localizada em uma área da própria Sanepar, com parte da estrutura operacional em um terreno cedido pela Prefeitura de Dois Vizinhos, a obra está programada para ser concluída em seis meses, com um investimento inicial de R$ 9 milhões apenas para a perfuração. As etapas subsequentes incluirão análises de qualidade da água e a confirmação da vazão antes de prosseguir com a licitação das obras de interligação ao sistema de abastecimento municipal, com previsão de que o novo poço entre em operação no próximo ano.
“A projeção é que com essa nova obra, o abastecimento de água tratada em Dois Vizinhos esteja assegurado até 2040”, explicou Rita Camana, gerente geral da Sanepar no Sudoeste. “Esse projeto é vital para atender à crescente demanda da população.”
Um aspecto inovador do projeto é o sistema de resfriamento da água extraída, que naturalmente atinge temperaturas de 45ºC devido à profundidade e características geológicas do Aquífero Guarani nesta região. Para garantir que a água atenda aos padrões de potabilidade, será necessário um processo para resfriá-la a 26ºC antes de sua distribuição.
Atualmente, Dois Vizinhos possui uma produção média de 350 mil litros de água por hora, abastecendo 16.514 domicílios através de uma extensa rede de distribuição que totaliza 327.586 metros. A água é fornecida tanto por poços do Aquífero Serra Geral quanto pelo Rio Girau Alto.
O Aquífero Guarani é uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo, cobrindo 1.200.000 km², dos quais 70% estão em território brasileiro, abrangendo vários estados do Sul e Sudeste. A água do Guarani pode variar significativamente em temperatura, chegando à superfície com temperaturas entre 40ºC e 80ºC, o que destaca a complexidade e a necessidade de tecnologia avançada para o manejo desses recursos hídricos.
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