Dona Olga Cecchin luta para vencer um câncer raro chamado pseudomixoma peritoneal

Família, amigos e a comunidade se reúne para ajudar nos custos do tratamento

Este foi um ano difícil para a Dona Olga Cecchin. Afastada do trabalho para o tratamento de um câncer raro chamado pseudomixoma peritoneal, ela procura esperança na medicina e aguarda otimista a realização de uma nova cirurgia. 

Em entrevista ao Diário do Sudoeste, Dona Olga conta que descobriu um câncer no intestino ainda em 2020, tendo sido realizado uma cirurgia para a retirada do pólipo. “Foi feita a cirurgia e eu fui considerada curada e, desde então, eu vinha realizando apenas um acompanhamento semestral”, diz. Neste período a doença pseudomixoma peritoneal ainda não havia sido diagnosticada.

No começo deste ano, mais especificamente em fevereiro, Dona Olga recebeu a notícia, através dos exames de rotina, que o câncer havia voltado. “Durante um período de sete meses fui tratada com quimioterapia a qual descobri, posteriormente, não ser o tratamento indicado para meu problema, pois a doença continuou a evoluir. O médico que me tratava falou que era assim mesmo, pois é uma doença que não responde muito bem a quimioterapia, ou seja, que ela iria continuar crescendo e comprimindo meus órgãos até a morte”, relatou.

O filho Ivan Tartari, conta que depois da mãe ter a cura desacreditada por alguns médicos, buscou informações sobre a doença e possíveis tratamentos, chegando a um centro especializado em Curitiba. “Depois que o médico chamou a minha irmã e disse para gente aproveitar bem o final de ano com a nossa mãe, prevendo que a doença havia chegado a um ponto de impossível tratamento, eu comecei a estudar um pouco mais sobre o assunto e descobri que tinha um médico especialista na capital”.

Através de pesquisa Dona Olga e os filhos tiveram conhecimento do médico oncologista Andrea Petruziello, um dos poucos especialistas em pseudomixoma peritoneal do Brasil. “Ele nos contou que esta é uma doença pouco conhecida, que atinge 1 ou 2 pessoas a cada 1 milhão de habitantes, sendo extremamente rara e por isso de difícil diagnóstico. A boa notícia é que existe um tratamento e chances de cura da doença se tudo correr bem”.

“Dr. Andrea nos deu esperança”, disse Dona Olga. Otimista, ela se prepara para uma cirurgia que deverá ser realizada no dia 18 de janeiro.

Doença rara

O pseudomixoma peritoneal é um tipo de câncer que provoca um acúmulo de mucina, uma espécie de gelatina, dentro do abdômen. A causa mais comum do pseudomixoma é um tumor no apêndice, uma pequena parte do intestino grosso, a mesma que causa a apendicite.

Geralmente, o paciente descobre o tumor por uma alteração em um exame de imagem feito por outra razão, ou quando percebe o aumento do abdômen causado pelo grande acúmulo da mucina. “No começo do ano, eu não tinha sintomas, e nem estava com a barriga tão inchada quanto agora, o que aconteceu é que a doença vai se espalhando”, diz Olga.

O filho Ivan explicou que a avaliação medica levou a conclusão que deste o primeiro momento se tratava do pseudomixoma peritoneal, mas não foi identificado e a cirurgia, mesmo tirando as células cancerígenas, acabou por não ter uma investigação para ver se havia sinais da doença em outros locais. “O médico nos explicou que essa doença evolui muito lentamente, o que pode explicar esse tempo em que a mãe ficou sem saber que o câncer não tinha sido completamente curado”.

Ocorre que se não tratado, o pseudomixoma evolui com o acúmulo cada vez maior de mucina, e a infiltração do intestino por implantes do tumor. Os pacientes falecem por desnutrição e obstrução do intestino. Esta é considerada uma doença fatal em 100% dos pacientes não tratados, enquanto a chance de cura com o tratamento adequado é muito alta.

Com a demora no diagnostico, o quadro da doença de Dona Olga chegou a um estágio mais avançado. De acordo com informações em página oficial do médico, “após uma evolução longa, que por vezes pode ser de anos, o paciente acumula litros de mucina dentro da cavidade abdominal e o tumor implanta-se em virtualmente toda a superfície interna do abdômen e aos órgãos abdominais”.

Tratamento

Com o diagnostico correto da doença, Dona Olga passará agora pelo tratamento recomendado, que é cirúrgico e passando por uma quimioterapia hipertérmica intraperitoneal que é uma aplicação em alta concentração, aquecida a uma temperatura entre 41 e 43 graus Celsius, diretamente nos tecidos lesionados, ou seja, vai ocorrer no momento da cirurgia.

Esta etapa de quimioterapia é realizada diretamente dentro do abdômen, e não na veia, para conter os focos de tumor que sobreviveram à fase de Citorredução (cirurgia). Trata-se daqueles focos praticamente invisíveis ao olho nu, que são colocados diretamente em contato com a quimioterapia. “A penetração do medicamento no tumor é muito mais efetiva do que seria com a aplicação endovenosa. O aumento da temperatura para 43 graus, aumenta ainda mais o efeito, tornando a quimioterapia ainda mais tóxica para o tumor”.

Segundo o protocolo, quando finalizado o cirurgião termina a cirurgia, fecha o abdômen, e o paciente é encaminhado à UTI.

Solidariedade

Por se tratar de uma cirurgia complexa, que envolve uma equipe de médicos renomados e especialistas, e também devido aos custos elevados com UTI, hospital, medicação importada e hospedagem de acompanhantes, os valores que a família precisa dispor para realizar o tratamento são muito elevados.

Considerando essa situação, uma vakinha está sendo realizada em auxilio a Dona Olga. Quem quiser contribuir pode acessar o site www.vakinha.com.br/3328646, pelo pix (46) 988174056, ou em deposito na conta corrente da Caixa Econômica Federal, Ag 2658, CC 00000386-9 em nome de Dona Olga.

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