“É urgente retomar o processo de escolha do candidato em respeito aos filiados tucanos e o seu direito de votar”, diz a nota. “Prolongar ainda mais o processo de prévias seria um desrespeito aos filiados tucanos e ao processo democrático.”
O processo interno, que define o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto, seria finalizado neste domingo, mas foi suspenso e tem a previsão de resultado indefinida por problemas no aplicativo de votação remota. Os votos presenciais no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, por sua vez, foram contabilizados.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e Doria, polarizam a disputa interna. Arthur Virgílio também concorre, mas sem chances de vencer.
“Foi alertado durante todo o processo sobre a fragilidade do aplicativo e os problemas de instabilidade e insegurança que o modelo proposto poderia trazer para as primárias”, afirmam Doria e Virgílio. “Mesmo diante dos alertas de ambas as campanhas e da Kryptus, auditoria contratada pelo próprio partido para garantir a lisura da eleição, a direção do PSDB optou por manter o contrato com a Faurgs (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sediada em Pelotas) e o uso da plataforma”, acrescentam.
Além das dificuldades em votar, o problema técnico motiva acusações de fraude entre aliados dos dois principais adversários na disputa. O gaúcho declarou que as prévias devem ocorrer “o quanto antes”.
Nos bastidores, apoiadores do governador de São Paulo acusam a campanha de Leite de querer adiar as prévias para ganhar no “tapetão”. Aliados de Doria chegaram a dizer até mesmo que adeptos da candidatura de Leite tentam “melar” o processo, com o adiamento das prévias, porque vislumbraram a derrota iminente. O mesmo discurso é usado por aliados de Leite.
Em nota, a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs) afirmou que está investigando as causas da instabilidade no aplicativo. “Os esforços dos técnicos da instituição estão em descobrir a causa da lentidão do sistema. Assim que houver total comprovação, o detalhamento desse ocorrido será levado a público”, disse a instituição, que negou relação com compra de licenças para realizar o reconhecimento facial dos filiados, como chegou a se especular mais cedo.
De acordo com a Faurgs, a segurança do sistema de apuração não foi afetada. “Todo o processo está sendo acompanhado por técnicos representando as três chapas inscritas, garantindo lisura e transparência”, finaliza a nota.
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