Pelo calendário definido pela executiva nacional, os postulantes a presidenciável em 2022 terão pela frente dois meses de campanha – o primeiro turno está marcado para 20 de novembro. Além de Doria e Leite, a expectativa é de que o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também se inscrevam, mesmo sem disposição real para seguirem até o fim.
Após conquistar os diretórios de São Paulo, Paraná, Acre e Pará, Doria espera anunciar o apoio dos tucanos do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo. Juntos, esses seis Estados somam 467 mil filiados, ou 35% do total. Já Leite fechou com Minas Gerais, que, sozinho, detém um décimo dos votos.
O resultado final, porém, não será uma soma simples. Por decisão da executiva nacional, os votos dos filiados com mandatos, como prefeitos e deputados, terão mais peso na decisão, o que força os candidatos a negociarem com as bancadas federais, estaduais e municipais.
O PSDB tem hoje três governadores, sete senadores, 33 deputados federais, 720 estaduais e distritais, 520 prefeitos e 4.377 vereadores. Os ex-presidentes nacionais também votam, assim como Fernando Henrique Cardoso, atual presidente de honra, que fechou com Doria.
Estilos. De perfil mais discreto e menos crítico a Jair Bolsonaro, Leite tem, ao menos por enquanto, mais aliados no Congresso. Dos sete senadores, dois são considerados bolsonaristas – Roberto Rocha (MA) e Rodrigo Cunha (AL) – e, por isso, mais avessos a Doria.
Entre os demais, apenas Izalci Lucas (DF) declarou apoio ao paulista. Ele receberá Doria em almoço após o ato de inscrição, amanhã, em Brasília. Se Tasso desistir, a tendência é que apoie Leite e leve com ele os votos de Plínio Valério (AM) e Mara Gabrilli (SP). José Aníbal, suplente em exercício de José Serra (SP) no Senado, estaria neutro.
Para conquistar tucanos com mais peso nas prévias, Doria e Leite têm rodado o País. O paulista já esteve em dez Estados, enquanto o gaúcho visitou 12. Tasso e Virgílio, contudo, não lançaram mão dessa estratégia.
Ainda que atrás de Doria no momento, Leite tem menos rejeição dentro e fora do partido, o que o coloca, segundo aliados, com chances reais de crescimento. Prefeitos tucanos de Santa Catarina, por exemplo, foram até o gaúcho para incentivá-lo. O Estado é considerado o mais bolsonarista do País.
Dois ex-presidentes do PSDB-SP oficializaram apoio a Leite – Antonio Carlos Pannunzio e Pedro Tobias, este ligado ao ex-governador Geraldo Alckmin, que cogita migrar para o PSD após Doria avisá-lo que não teria legenda para disputar mais uma vez o Bandeirantes.
Após obter o aval do PSDB mineiro, comandado pelo deputado Aécio Neves, desafeto público de Doria, Leite avança para ter o apoio de Tasso, que desistiria da disputa e ajudaria a convencer o diretório cearense a seguir sua decisão. Já Virgílio, se abrir mão, tende a ir com Doria.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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