Há algumas décadas, a referência que encontrávamos na mídia sobre maternidade era o que chamamos de “propaganda de margarina”: uma mãe sempre zelosa, cuidadosa, arrumada, disponível para o filho e a família, servindo uma mesa cheia de comida, rindo a toa e muito feliz com a maternidade. Aquela imagem idealizada pelos mercados publicitário e de entretenimento abria uma brecha para que a sociedade cobrasse das mulheres uma maternidade perfeita, gerando frustrações, culpas e julgamentos. Afinal, quem é mãe, sabe que não é bem assim que as coisas funcionam.
Apesar dessa cobrança social permanecer até os dias de hoje, a romantização da maternidade passou a compartilhar espaço com um movimento que nasceu no feminismo e ganhou força nas redes sociais: a “maternidade real”. Ele deu liberdade para que as mulheres se sentissem mais à vontade em falar sobre os sentimentos conflitantes que nascem junto com o bebê e a mãe.
É necessário lembrar que nem toda mulher é mãe, mas toda mãe é mulher, e é necessário conciliar essas duas personas. Matar a mulher para nascer uma mãe é uma atitude desnecessária, cruel e muito comum.
Também é necessário dizer que adjetivos como delicadeza, doçura e benevolência se fazem totalmente desnecessários, apesar de serem os mais utilizados sempre que a maternidade surge como protagonista. As qualidades somadas pelas mães são individuais, e é muito mais sensível prestar atenção na individualidade do que colocar todas na mesma caixa.
Com esta publicação, conseguimos mostrar, mesmo que superficialmente, as angústias e desventuras das mulheres que decidem ser mães e que, mesmo estudando muito sobre o assunto, são surpreendidas por uma avassaladora realidade que inclui privação, cansaço, instabilidade emocional e doação.
Por outro lado, também mostramos que o principal sentimento da maternidade é o amor e, mesmo diante das dificuldades da rotina, nenhuma mãe tem a dúvida de que seu(s) filho(s) é o melhor e mais sublime do que há em sua existência.
Desejamos um dia lindo a todas as mães!