Educar filhos é um dos maiores desafios da vida humana e precisamos de ajuda para exercer essa função.
Existem orientações básicas e funcionais de como ser pai e mãe, basta dedicar tempo e paciência para aprender e logo estaremos educando de modo mais assertivo. Não existem pais e filhos perfeitos, existem pessoas em desenvolvimento.
Precisamos ter clareza sobre o tipo de ser humano que desejamos que nossos filhos sejam, aprender sobre desenvolvimento humano, assumir de modo consciente e responsável a função de educar e agir.
A educação positiva é forma respeitosa de educar, uma abordagem da educação socioemocional que se refere a importância de identificarmos o que pensamos e sentimos diante dos acontecimentos e como reagimos a eles.
A forma como agimos quando nos sentimos felizes e demonstramos amor é tão importante quanto a forma como agimos quando sentimos raiva, tristeza, frustração ou decepção.
Se ao sentir raiva, tristeza, decepção, saímos batendo, quebrando coisas, agredindo pessoas e gritando, demonstramos de modo prático aos nossos filhos como agir diante dessas emoções e contribuímos com ações violentas.
Se conseguimos identificar o que o corpo sente, buscamos nos acalmar de modo consciente e depois conversar procurando resolver a situação de modo respeitoso, então estamos ensinando equilíbrio emocional, sensatez, coerência entre o pensar, sentir, agir e falar.
Expressar o que sentimos é fundamental para que sejamos compreendidos. Perguntar aos filhos como se sentem diante de alguma situação e ouvir sem julgamento a resposta, é uma forma de se conectar com eles e de respeitar o seu desenvolvimento. Ensinar é conversar sobre a situação e auxiliá-los a compreender o contexto e as possíveis estratégias para resolver o problema.
Perguntar sobre qual foi a intenção deles com determinada atitude diante de alguma coisa que saiu errado (na nossa percepção), é uma forma de entender como nossos filhos pensam e como entendem as orientações que damos. Educar é estar constantemente se autoavaliando, pois nossos filhos estão em desenvolvimento contínuo e são muito influenciados por diversos contextos.
É fundamental conversar e fazer combinados antes de realizar algumas ações ou passeios, bem como orientar sobre o comportamento adequado em alguns lugares ou com algumas pessoas. Isso é estabelecer limites. As vezes pensamos que eles sabem como deve ser, esquecemos que ainda não viveram algumas experiências, que seu desenvolvimento cognitivo é imaturo.
Nossos filhos compreendem o mundo de modo diferente do nosso. Ao conversar com paciência, olhando nos olhos, fazendo perguntas curiosas e ouvindo com atenção, propondo escolhas limitadas, demonstramos que somos responsáveis por eles e que determinamos o limite, proporcionamos segurança e contribuímos com o desenvolvimento da autonomia, criticidade e autoestima.
Atitudes como gritar, xingar, bater, ameaçar, chantagear e humilhar não educam, apenas demonstram a nossa instabilidade emocional e o nosso despreparo para educar. Essas atitudes envergonham e nos afastam dos nossos filhos, fazendo com que percam a confiança em nós.
O verdadeiro ensinamento exige o nosso tempo, a nossa dedicação paciente, curiosa e compreensiva diante dos interesses deles e com a fase em que estão vivendo.
Educar para a vida envolve planejamento antecipado, é diferente de educar de modo autoritário, é dizer não estabelecendo limites claros e orientando as atitudes. Quando agimos como sargentos intransigentes nos cansamos e as vezes desistimos, deixando eles fazerem o que querem. Quando agimos como pais bonzinhos demais somos permissivos e negligenciamos os limites, criamos filhos tiranos e insensíveis.
Se queremos filhos equilibrados emocionalmente, que tomam decisões sensatas, que respeitam pessoas, que são responsáveis pelas ações que praticam, é fundamental educar de modo consciente e iniciar o processo agora.
Nossos filhos são o nosso amor maior e a nossa herança para o mundo.
Zeloir Aparecida Scabeni Mendes
Professora, Psicopedagoga, Educadora Parental, Especialista em Educação Integral
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