Elderson: BCs e reguladores devem incorporar mudanças climáticas em seus mandatos

Os riscos físicos e de transição atrelados às mudanças climáticas provocarão consequências macroecômicas e financeiras “profundas”, o que reforça a necessidade para que bancos centrais e reguladores ajam dentro de seus “mandatos tradicionais” para mitigar o impacto da crise climática, segundo argumentou nesta quinta-feira, 23, o membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), Frank Elderson, durante a 8ª Conferência sobre União Bancária.

De acordo com ele, fenômenos climáticos recentes, como enchentes nos Estados Unidos, China e ondas de calor extremas e incêndios florestais na América do Norte e no sul e no leste da Europa, mostram que a crise ambiental já pode ser vista, e as catástrofes devem “dobrar ou triplicar” no futuro, mesmo se a meta de manter o aquecimento global em até 2ºC seja atingida nas próximas décadas.

Elderson ainda destacou os riscos impostos às economias à medida que elas transicionam para fontes de energia renováveis. “Essas mudanças terão um impacto significativo nos setores econômicos sensíveis ao clima e na economia e no sistema financeiro em geral, em particular no caso de uma transição abrupta para uma economia de baixo carbono”, disse.

Como resposta a estes desafios, Elderson afirmou que o BCE tem integrado “de forma constante e sistemática” considerações sobre a crise climática em sua abordagem regulatória. De acordo com ele, no ano que vem, a entidade realizará uma revisão sobre as práticas dos bancos da zona do euro para incorporar os riscos climáticos em suas estruturas de gestão de risco.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.