Município lidera o setor no estado e busca alternativas para aumentar desempenho produtivo e qualidade das frutas
Nos últimos dois anos, Palmas tem se destacado, ainda mais, na produção de maçã no Paraná. Isso porque, de acordo com dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o município responde por, em média, 30% de toda produção do estado.
Em 2020, conforme dados da secretaria, foram colhidas no município 10.218 kg de maçã. Com isso, a produção bruta foi de R$ 20.272.512,00 — em todo Paraná esse valor chegou R$ 60.242.771,20.
Esse dado apresentado pela secretaria deve ser ainda maior. Como conta Ivanir Dalanhol, presidente da Associação dos Fruticultores do Paraná (Frutimar) e diretor técnico e de qualidade da Associação Brasileira de Produtores de maçãs (ABPM), a produção em Palmas no ano passado chegou a 50% do total do estado. Condições climáticas foram as responsáveis pelo índice.
No ano passado, enquanto a maioria das regiões produtoras de maçã no Paraná perdiam suas frutas, Palmas teve uma safra muito grande, a maior já registrada. “Esse ano [2020] nós aumentamos bastante essa porcentagem de produção porque as regiões produtoras da fruta precoce sofreram muito com as geadas tardias e tiveram sua produtividade reduzida. Só conseguiu produzir bem quem têm o controle de geada, como é o nosso caso”, explicou.
Segundo Dalanhol, o valor apresentado pela secretaria estadual é calculado a partir de uma média histórica. Por isso, aponta para um montante menor. “Esse índice de produção muda a cada ano. […] Por exemplo, esse ano, com as chuvas intensas no período de florada, as abelhas não conseguiram polinizar os pomares. Então, estamos com um número muito baixo da fruta e por isso, nossa produção será menor”.
Para 2021, de acordo com o presidente da Frutimar, a produção de maçã em Palmas deve chegar a oito toneladas — cinco toneladas a menos do que em 2020, conforme Dalanhol. “Acho que Palmas vai continuar sendo o maior produtor do Paraná mas com porcentagem um pouco menor.”
Desenvolvimento do setor
Diante do evidente crescimento no mercado, produtores de maçã em Palmas, em conjunto com algumas lideranças do município, criaram o Programa de Desenvolvimento Regional da Maçã, que tem por objetivo, entre outras coisas, baratear os custos do plantio.
“Além de buscarmos medidas para melhorar nossas tecnologias, aumentar a área de plantio em Palmas, também pensamos no programa como facilitador para desenvolvermos variedades mais modernas, com cortes de enxerto mais modernos. Se não inovarmos, ficaremos para trás das outras regiões e ai não fica competitivo na hora de comercializar a fruta”, explica Dalanhol.
Depois de criar e debater o programa com diversas categorias do município, alguns projetos passam a ser desenvolvidos entre os produtores. O primeiro deles trata-se da possibilidade de muda subsidiada, onde o agricultor poderá pagar um pouco menor pelo valor da muda.
“A ideia é que baixe bastante o custo da muda para novos plantios. Em função de que hoje, o custo da muda está muito alto. E a quantidade de mudas que usamos por hectare é muito grande. Vai de 2.500 mudas a até 4 mil por hectare.”