A Hemmer, sediada em Blumenau (SC), tem uma atuação considerada complementar à da compradora. A companhia, que tem cerca de 700 funcionários, teve receita de pouco mais de R$ 370 milhões no ano passado, conseguindo crescer mesmo em meio à pandemia. “O Brasil está ganhando muito protagonismo nos últimos três anos para a companhia e uma aquisição no País faz muito sentido”, comenta o presidente da Kraft Heinz no Brasil, Fernando Rosa, que assumiu o cargo há dez meses.
A aquisição, que já vinha sendo trabalhada antes de Rosa assumir o posto, reforça a presença da empresa por aqui, que passará a ter uma prateleira de produtos mais completa. A Hemmer, que assim como a Heinz tem ketchup, mostarda e maionese no portfólio, atua no segmento de preço médio, enquanto a marca Heinz está no “premium”, e a Quero, adquirida em 2011, no econômico.
Além do caráter complementar em preços, com a aquisição a Heinz ingressa em um novo mercado, ainda muito pulverizado no Brasil, e que pode representar uma importante avenida de crescimento: o de conservas. E a Hemmer, fundada pelo imigrante alemão Heirinch Hemmer em 1915, iniciou o negócio vendendo chucrute que ele mesmo produzia.
Conhecida nos supermercados no Sul do País e em São Paulo, a Hemmer não está disponível em todas as regiões do País. Presente hoje em 20 mil pontos de venda, a marca, após concluída a transação, vai se beneficiar ainda da rede de distribuição e modelo de atendimento da Kraft Heinz, incluindo o canal de fornecimento para bares e restaurantes.
O portfólio da empresa catarinense inclui conservas, doces e molhos e atualmente é composto por cerca de 300 itens – o triplo da variedade que exibia há três anos. Essa inovação no lançamento de produtos, segundo Rosa, tem aderência à própria estratégia da Heinz, que tem lançado novos produtos e sabores ao seu tradicional ketchup. Coincidência ou não, seu último lançamento foi o de catchup sabor picles.
Segundo Rosa, o presidente da Hemmer, Ericsson Luef, e outros executivos serão mantidos na marca, assim como toda a estrutura de produção em Blumenau, mesmo após a aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), algo esperado para a primeira metade de 2022.
Esse é o maior investimento da Kraft Heinz no Brasil desde 2018, quando injetou US$ 150 milhões na construção de uma nova fábrica na cidade de Nerópolis (GO). No mundo, outro movimento semelhante foi feito na Turquia, com uma aquisição. No sentido oposto, fez recentemente dois desinvestimentos nos Estados Unidos.
O banco Rothschild & Co. e o escritório Madrona Law foram os assessores da Kraft Heinz na operação. O escritório Pabst & Hadlich auxiliou a Hemmer.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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