Cada vez mais, a tecnologia está presente na sociedade, sendo bastante comum visualizar pessoas de todas as idades utilizando celulares e tablets. Entretanto, assim como essas ferramentas otimizam o tempo, se usadas em excesso podem também prejudicá-las em vários sentidos.
Pensando nisso e a partir de uma formação realizada pela empresa Engie — sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) — para as instituições municipais de ensino das comunidades lindeiras à usina, surgiu a iniciativa da professora Priscila Lúcia Tartare em realizar o projeto “A tecnologia e seu impacto na sociedade”, em Chopinzinho.
Desde o mês de maio deste ano, a docente está trabalhando no município esse projeto com os 24 alunos do 5º ano da Escola Municipal de Excelência, em parceria com o Programa de Integração AABB Comunidade.
“Em busca de trabalhar esses ODS, tendo como base o cenário atual da educação e vivência das famílias em meio à pandemia, surgiu a ideia deste projeto”, justifica a professora.
Como o próprio nome diz, “A tecnologia e seu impacto na sociedade” consiste em orientar os alunos e pais sobre as consequências do uso excessivo das telas (celulares, tablets, computadores, televisores, entre outros) ao longo da caminhada escolar e na vida como um todo.
Para isso, promove aos pais e alunos desafios semanais, a fim de fomentar mais interação entre eles; criar memórias afetivas; conscientizar os alunos e a comunidade em geral sobre o uso consciente e saudável da tecnologia; além de conscientizar sobre a importância do descarte correto dos objetos eletrônicos, pilhas e baterias, evitando que este tipo de lixo se misture ao lixo, ocasionando a contaminação do solo e até mesmo dos seres humanos.
Ações
Segundo Priscila, o projeto — que segue até setembro deste ano — foi organizado em várias ações, que estão sendo desenvolvidas com o apoio dos alunos, pais, profissionais da escola, membros da sociedade e instituições parceiras.
Entre elas, palestra on-line, em parceria com a psicóloga da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; campanha de coleta de lixo eletrônico, em parceria com o Rotary Club Chopinzinho; campanha de coleta de pilhas e baterias, em parceria com o Sicoob e o comércio de Chopinzinho [em ambas, o recolhimento segue até o dia 21 de setembro]; além de atividades de interação entre pais e filhos, leituras e pesquisas.
A docente destaca que, embora o projeto seja inicialmente trabalhado com os alunos do 5º ano da Escola Municipal de Excelência, a iniciativa acaba também abrangendo consequentemente todos 264 alunos da instituição.
“Além disso, como possui tema amplo — que envolve questões que vão além do currículo escolar —, também é, portanto, um projeto interdisciplinar”.
Para ela, o projeto conta com a participação muito importante dos pais e demais familiares desses alunos. “É no seio familiar que encontramos nossas memórias mais puras e amorosas. As memórias afetivas nos acompanham ao longo da vida e fazem simples momentos serem eternizados”.
Por isso, segundo a professora, “ao longo do desenvolvimento do projeto, os desafios realizados em família resgataram lembranças vividas pelos pais e proporcionaram aos alunos criarem suas próprias memórias afetivas com seus pais e avós, proporcionando às famílias tempo de qualidade sem influências da tecnologia”.
Além disso, conforme a docente, “é também no âmbito familiar que as crianças recebem suas primeiras noções de conscientização, as quais continuam a ser desenvolvidas pela escola e a sociedade. Inclusive, as famílias estão colaborando nas ações de coletas das pilhas e baterias e do lixo eletrônico”.
Opiniões
O projeto está sendo tão interativo, que os pais constantemente dão feedback para a docente. A mãe do aluno Matias Doneda Schneider, por exemplo, conta que sempre foi muito cuidadosa e preocupada com as questões de preservação da natureza.
Segundo ela, isso foi herdado dos seus pais, que sempre lhe ensinaram, por exemplo, a não demorar no banho e apagar as luzes quando sai dos ambientes. “Assim, tento passar isso também aos meus filhos”.
Quanto à iniciativa em si, a mãe do Matias diz que a família está muito feliz em participar do projeto. “Antigamente não tínhamos tantos equipamentos/brinquedos que gerassem tanto lixo eletrônico ou pilhas usadas. Mas hoje em dia temos. Que bom que podemos reutilizar ou transformar esse material reciclável”.
A mãe do aluno Eduardo Prediger também considera o projeto algo fantástico. Ela diz que é “um momento em família maravilhoso, onde nos divertimos e, ao mesmo tempo, aprendemos. Tenho certeza que essas memórias sempre serão lembradas por todos nós”.
Ainda, conforme a mãe, antes do projeto, a família passava muito tempo em frente à TV, celular, tablet ou computador. “Hoje, desligamos a TV, sentamos na sala e conversamos, abraçamos, vivemos em família. Agradeço pela iniciativa proporcionar essa união familiar, que estava ‘adormecida’”.
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