Solicitado a apontar caminhos para simplificar a relação dos brasileiros com o Judiciário, o ministro considerou que o Brasil precisa de um “avanço cultural”. “O brasileiro só acredita na solução dada pelo Estado julgador, não é propício a sentar na mesa de negociação”, comentou Mello.
Ele acrescentou que, embora o País tenha uma das mais modernas leis sobre arbitragem, o instrumento é, em geral, usado apenas nos grandes contratos, muitas vezes envolvendo empresas estrangeiras. “Por isso, temos essa carga imensa de processos”, complementou o ministro do Supremo, para quem “situações concretas” poderiam ser bem resolvidas primeiro na mesa de negociações e, na falta de acordo, mediante arbitragem.
No Brasil, observou Mello, o mais comum, no entanto, é ingressar com ações no Judiciário, apostando também, às vezes, na morosidade da Justiça diante da sobrecarga de processos. “Maior esforço da parte do juiz não se pode cobrar”, assinalou o ministro.
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