Em sua terceira Olimpíada, Portela, atualmente na 10ª colocada no ranking mundial e que havia vencido na estreia a afegã Nigara Shaheen, da equipe de refugiados, com um ippon em 28 segundos, foi guerreira e honrou o apelido de “raçuda”. Ela não escondeu a frustração e saiu do tatame no Nippon Budokan aos prantos, talvez porque entendesse que merecia ter vencido o combate.
“Eu queria muito vencer”, disse a brasileira, chorando copiosamente. “Tive muitos desafios para chegar aqui. Quero agradecer todos que me ajudaram a chegar até aqui. Acho que dei tudo ali no tatame”, continuou ela, ainda aos prantos.
Com pouco mais de três minutos no golden score, a brasileira encaixou um bom golpe e derrubou a adversária no solo. Os juízes viram o lance no VAR e não consideraram wazari. Depois, após quase 11 minutos de tempo extra, recebeu o terceiro shido e acabou derrotada.
O ex-judoca Tiago Camilo, medalhista olímpico em Sydney-2000 e Pequim-2008, entendeu que a gaúcha foi duplamente prejudicada pela arbitragem. “A brasileira claramente prejudicada nessa luta. Tanto nesse golpe não pontuado quanto na decisão do golden score. Nessa última punição que ela tomou”, afirmou.
Outros judocas e ex-judocas brasileiros endossaram a opinião de Tiago Camilo e também reclamaram da decisão dos juízes nas redes sociais. “Não darem o wazari pra Portela.. pra que serve o VAR? Francamente. Lamentável”, contestou Flavio Canto.
Com a derrota, Maria Portela fica fora da briga por medalhas em Tóquio na categoria até 70 kg. No entanto, ela e outros judocas do País voltarão em ação na disputa por equipes na próxima sexta-feira.
“Eu não estava nervosa. Estava consciente. Sabia o que fazer. Estudei bastante ela, mas tem coisas que a gente não controla”, lamentou a brasileira.
MASCULINO – Representante Brasil na categoria até 90 kg masculina do judô, Rafael Macedo caiu na primeira rodada na Olimpíada. O brasileiro sofreu derrota relâmpago para o cazaque Islam Bozbayev, número 21 do mundo. Ele foi derrotado aos 30 segundos de luta depois que o oponente do Cazaquistão pegou na manga de seu quimono e o jogou no chão, encaixando um ippon.
“Difícil falar. Tenho equipe daqui a alguns dias e prometo ter um desempenho melhor. Agora é focar no equipe que é a próxima competição e a gente tem grandes chances de ganhar medalha”, disse.
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