Ainda jovem, em 2001, Jaqueline estudava na Escola Municipal Moacyr Padilha, em Padre Miguel, na zona oeste do Rio de Janeiro. Foi ali que tudo começou: em uma de suas aulas de Educação Física, ficou claro que a menina, à época com 14 anos, levava jeito para o esporte.
“Comecei o esporte na Escola Municipal Moacyr Padilha, onde eu estudava. Fazia o Ensino Fundamental, uma professora de Educação Física montou um circuito com provas de atletismo e levou os melhores para competirem nos Jogos Escolares na Vila Olímpica de Duque de Caxias”, lembra a atleta.
O “empurrãozinho” da professora surtiu efeito. “Chegando lá, fiquei em segundo lugar em duas provas: lançamento de pelota e salto em distância. Os técnicos gostaram e me convidaram para treinar na Vila Olímpica”, conta Jaqueline. “Mas eu ia muito esporadicamente porque usava o passe da escola, não tinha condições de pagar a passagem. Não era tão frequente”, pondera.
Ainda assim, ela mantinha sua relação com o esporte. Treinava quando podia, até que viu um novo desafio pela frente. “Em um belo dia, vi uma amiga falando com meu técnico sobre o levantamento de pesos. Só que eu não fazia ideia do que era, nem como, nunca tinha visto. E ela falou que precisava levantar ‘tanto’ para pegar medalha no Campeonato Brasileiro. E aí eu falei com ela: ‘Isso aí eu também faço'”, recordou a carioca.
Sua amiga duvidou e ela se prontificou a conseguir. Foi até o local indicado, um Centro de Treinamento de levantamento de pesos dentro do Maracanã. O técnico era Dragos Stanica e o ano era 2003. “Fui fazer um teste e ele gostou muito, também me convidou para fazer o levantamento de pesos. No início, eu me dividia entre as modalidades. Mas conforme eu fui me destacando no levantamento de pesos, optei por dar continuidade. Logo no primeiro ano eu já fui medalhista brasileira”, contou Jaqueline.
Dezoito anos depois, a atleta estará ao lado de Dragos, mas do outro lado do mundo para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Segundo ela, porém, o grande saldo da carreira está fora dos ginásios. “Tive um crescimento pessoal muito grande, cultural principalmente. Com as minhas perspectivas, vendo como era minha família, pude sair do país, conhecer outras culturas, fazer uma faculdade. O Dragos foi um grande incentivador para o estudo, faz isso com todos os alunos dele. Isso foi o que eu mais ganhei nesse esporte”, comemora.
Na faculdade, porém, não conseguiu fugir do esporte. “Sempre gostei muito de animais, queria fazer veterinária. Mas depois me apaixonei pela Educação Física”, disse a atleta, que prometeu que não ia às aulas só pela prática esportiva. “Eu era uma boa aluna. Fazia umas bagunças de vez em quando, mas sempre tirava notas boas”, finalizou Jaqueline.
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