RESTAURO. A marcenaria, ofício aprendido quando era criança e que Paulinho faz com tanto carinho em sua casa reparando instrumentos e coisas do tipo, teve de ficar um pouco de lado – o carioca conta que ficou complicado “resgatar” instrumentos para passar pelo seu processo de restauro. “Isso é importante demais pra mim. Não é um ‘hobby’, é um exercício de concentração”, explica. “É ótimo conversar com um luthier, sobre como algo foi construído.”
Além disso, Paulinho diz que conversou com amigos por telefone, leu muito para diminuir a pilha de leituras pendentes que tem em casa. “Depois de um certo tempo, você se vê cercado de uma quantidade de livros que não tem mais como dar conta. É exatamente como um amigo meu dizia: ‘Cheguei a uma conclusão que, na idade em que estou, já separei os livros que vou ler. O resto, infelizmente, já não sei mais se vou dar conta’.”
No entanto, o que mais lhe tomou tempo além do violão, das leituras e do telefone foi o cupim. Paulinho tem uma discoteca com mais de cinco mil LPs que, de maneira devastadora, foi atacada pelo inseto. “Nunca tinha acontecido e, infelizmente, pegou uma parcela razoável. Perdi cento e poucas capas, inclusive coisa que é impossível de achar novamente. Precisei rearrumar tudo, lavei todos os discos, encomendei capas brancas para aqueles discos que não foram comprometidos. Isso levou um tempo considerável.”
E será que Paulinho é outra pessoa agora, depois desse período? “Ainda não posso dizer isso, mas alguma coisa vai mudar”, garante ele, se referindo ao mundo como um todo. “Saúde, política, economia, cultura. Não só o Brasil, mas o mundo está passando por um momento sensível. Espero que, ao sairmos disso, a gente possa aprender com essas lições todas.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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