Encontro na ACEPB debate solução para escuta especializada

A Associação Empresarial de Pato Branco (ACEPB) sediou um encontro para discutir a continuidade do serviço de escuta especializada na Delegacia da Mulher, essencial para investigações de estupro de vulnerável envolvendo crianças e adolescentes. O objetivo foi buscar uma solução definitiva para o convênio que viabiliza a contratação da psicóloga responsável pelo atendimento, cujo salário é atualmente custeado pela comunidade. A renovação anual desse convênio gera incertezas, ameaçando a interrupção do serviço.

Presenças e Demandas na Reunião

O evento reuniu a Secretária da Mulher e Igualdade Racial do Paraná, Leandre Dal Ponte, a delegada chefe da Delegacia da Mulher de Pato Branco, Keila Mafioletti, e representantes da ACEPB. A ausência de uma psicóloga especializada comprometeria a proteção de vítimas de violência sexual, atrasando depoimentos e o suporte às crianças e adolescentes em situação de risco.

A demanda na Comarca de Pato Branco é alta: nos últimos seis meses, foram realizadas mais de 240 oitivas especializadas, média de 10 por semana. Além disso, os registros de crimes contra a dignidade sexual de menores aumentaram 30% nos últimos dois anos, evidenciando a urgência do serviço.

Compromisso do Poder Público

Durante a reunião, Leandre Dal Ponte enviou uma mensagem ao governador Ratinho Jr., relatando a situação. “O governador respondeu imediatamente, afirmando que o governo está atento e buscará soluções junto à comunidade”, informou a secretária. Ela destacou a importância de parcerias com entidades como a ACEPB para resolver demandas locais, reforçando que a proteção de crianças e adolescentes é prioridade. Keila Mafioletti também se mostrou otimista: “A reunião foi produtiva, e acreditamos em uma solução definitiva.”

Medida Emergencial: Três Meses Garantidos

O presidente da ACEPB, Ivan Orlandini, anunciou que, em caráter emergencial, a entidade, junto ao IRDES e ao Rotary, garantirá os recursos para o salário da psicóloga pelos próximos três meses. “Esperamos que, nesse período, as autoridades apresentem uma solução permanente”, afirmou. O vice-presidente, Alexandre de Carli, enfatizou a gravidade da situação: “É inadmissível que vítimas esperem até oito meses por uma oitiva em cidades sem esse suporte. Os números são preocupantes, e precisamos agir.”

Emenda Impositiva para 2026

A vereadora Anne Gomes (PSD), presente no encontro, comprometeu-se a destinar uma emenda impositiva em 2026 para custear o serviço. Para 2025, ela assegurou que outras fontes de recursos serão mobilizadas para evitar interrupções. “O importante é garantir a continuidade desse atendimento essencial”, declarou.

A iniciativa reflete o esforço conjunto entre sociedade civil e poder público para enfrentar a violência sexual contra menores em Pato Branco. A escuta especializada é um pilar na investigação de crimes como o estupro de vulnerável, oferecendo um ambiente seguro para que crianças e adolescentes relatem abusos.

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