O ensino médio em todo o Brasil terá mudanças, a partir do ano que vem, com a ampliação da carga horária para os estudantes e organização curricular mais flexível. Na prática, os alunos poderão escolher diferentes áreas para estudar. Por causa das mudanças previstas para a etapa, o Enem, principal porta de entrada dos alunos no ensino superior, também deverá mudar.
A atualização da matriz de avaliação do novo Enem ocorrerá ao longo dos próximos anos para que, em 2024, a aplicação do exame já seja realizada conforme as diretrizes do novo ensino médio.
Ainda conforme a portaria, neste ano deverá ocorrer a aprovação e homologação dos referenciais curriculares do ensino médio pelos Conselhos de Educação. Também deverão ser realizadas formações para os profissionais da educação.
O cronograma prevê que em 2022 sejam implementadas as mudanças curriculares no 1.º ano do ensino médio. Já em 2023, a implementação dos referenciais curriculares vai abranger o 1.ºe o 2.º ano do ensino médio, para alcançar aos três anos da etapa em 2024. As redes de ensino deverão encaminhar MEC os referenciais curriculares alinhados à BNCC até fevereiro de 2022.
“A virada de chave para a implementação do novo ensino médio ocorrerá em 2022”, disse o secretário da Educação Básica do MEC, Mauro Rabelo, em uma cerimônia de lançamento do cronograma no Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep). O novo ensino médio é uma resposta a uma escola tida como desinteressante pelos jovens e, portanto, com altos índices de evasão.
O modelo incentiva o protagonismo dos alunos, apresenta diferentes trilhas de conhecimento definidas em itinerários formativos e substitui a estrutura tradicional das disciplinas por formatos flexíveis e integrados de aplicação de conhecimentos e habilidades. No entanto, a menos de um ano do prazo para que tudo isso saia do papel, os dados sinalizam que pode haver atrasos, como mostrou o Estadão em abril.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, também participou da cerimônia na manhã desta quarta-feira. O presidente Jair Bolsonaro participaria do evento, mas cancelou a presença após ser internado no Hospital das Forças Armadas na madrugada desta quarta. Ribeiro iniciou a cerimônia com uma oração pela saúde de Bolsonaro.
Sobre o novo ensino médio, o ministro chamou as ações de “uma promessa que estamos pagando”. As mudanças para o novo ensino médio foram aprovadas em 2017. “Nosso governo tem a missão de terminar o que os outros começaram. Quando cheguei no MEC, encontrei um monte de coisas começadas e não terminadas. Hoje, estamos aplicando algo criado em 2017 (novo ensino médio). É uma promessa que estamos pagando, mas foi outro que fez.”
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