Por Eleandro José Brun – Eng. Florestal de Dois Vizinhos
A profissão de Engenheiro Florestal adquire cada vez mais destaque no que diz respeito à sustentabilidade da produção das florestas e dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, à preservação do meio ambiente, ao controle do aquecimento global e à mitigação das mudanças climáticas. Isso se dá, especialmente, porque as florestas têm uma relação intrínseca com o clima.
No Brasil, o setor florestal contribui de maneira significativa para o desenvolvimento do país em áreas estratégicas. No Paraná, graças à concentração expressiva do setor de celulose, biomassa florestal energética e madeira sólida de florestas plantadas, temos um ambiente favorável para os profissionais que atuam em todas as etapas do processo produtivo, desde a semente até o produto final.
É importante mencionar também o número significativo de pequenas propriedades rurais e pequenas e médias empresas do Estado que têm, na produção de bens madeireiros (madeira serrada, biomassa energética etc.) e não madeireiros (pinhão, erva-mate, etc.), um aumento das oportunidades de geração de emprego, renda e serviços profissionais, seja diretamente na área florestal/ambiental ou em áreas de atribuições mais abrangentes, como topografia, licenciamento ambiental, silvicultura e manejo florestal.
Destaca-se também a vanguarda do Paraná na elaboração e execução dos planos municipais de arborização urbana, serviços que têm, nos Engenheiros e Engenheiras Florestais, profissionais capazes de realizar os estudos necessários, a elaboração e a implementação dos planos que visam tornar as cidades paranaenses mais verdes e amigas da natureza.
Em 2022, alcançamos marcos históricos de produção e embarques de celulose, consolidando-nos como o maior exportador do mundo. Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), no ano passado, a produção local da fibra atingiu 25 milhões de toneladas, um aumento de 10,9% em relação a 2021, e as exportações somaram 19,1 milhões de toneladas, um salto de 22%.
Além disso, estabelecemos um recorde na fabricação de papel em 2022, com 11 milhões de toneladas, um aumento de 3,5%. Esse crescimento foi impulsionado pelos papéis para embalagens, que avançaram 7%, e pelos papéis para fins sanitários, que tiveram uma expansão de 6,7%. As exportações chegaram a 2,5 milhões de toneladas de papel, um aumento de 21% em relação ao ano anterior, estabelecendo um recorde.
Os Engenheiros Florestais, com um campo de atuação cada vez mais amplo, têm a possibilidade de trabalhar em diversas áreas, como topografia e georreferenciamento, licenciamentos ambientais, assistência técnica em perícias judiciais rurais, florestais e ambientais, arborização urbana e paisagismo, gestão e manejo de unidades de conservação, recuperação de áreas degradadas, produção de mudas e melhoramento genético de espécies vegetais, silvicultura e manejo florestal, tecnologia e produtos com origem florestal.
É importante também destacar o papel das entidades de classe no apoio aos profissionais, que têm ampliado a representatividade desses trabalhadores, inclusive no sistema Confea/Crea. Atualmente, contamos com quase 2 mil Engenheiros Florestais atuando em todo o Estado, registrados junto ao Crea-PR.
Neste 12 de julho, comemora-se o Dia do Engenheiro Florestal, uma profissão que iniciou sua jornada no país na década de 1960, com a primeira Escola Superior de Florestas, na atual Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. Este foi um passo fundamental para o desenvolvimento das Ciências Florestais no país. Nós, do Crea-PR, parabenizamos os profissionais de Engenharia Florestal pelos serviços prestados à sociedade e reafirmamos nosso compromisso como autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização de empresas e profissionais das áreas de Engenharia, Agronomia e Geociências.
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