Novo conselheiro acumula cinco mandatos como deputado estadual, dois mandatos como prefeito e atuação em estruturas de institutos, empresas é órgãos do governo do Estado
Indicado pelo governador do Estado, Carlos Roberto Massa Júnior, e chancelado pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Augustinho Zucchi toma posse nesta quarta-feira (25) como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). O ato ocorre em sessão extraordinária do Tribunal Pleno.
Nesta semana ele conversou com a redação do Diário do Sudoeste e fez uma análise da trajetória profissional e pública. Também deixou claro como será pautado o trabalho no tribunal. Equipe técnica, relacionamento e proximidade com os municípios são prioridades.
Zucchi afirma que a passagem política pela Assembleia Legislativa, a atuação como funcionário público do Estado, o comando do município de Pato Branco – dois mandatos como prefeito – e, por último, a atuação no Executivo Estadual – secretariando a pasta de Desenvolvimento Urbano – foi um preparo importante para que ele pudesse cumprir com o trabalho no tribunal.
Questionado sobre o sentimento de ter sido indicado pelo governador – a vaga em questão é discricionária ao chefe do Estado –, Zucchi disse que é um misto de privilégio, orgulho e responsabilidade. Sem deixar de agradecer, entre outros, ao governador, pela indicação, e a Assembleia, pela aprovação, Zucchi credita a posse no TCE-PR a sua trajetória. Segundo ele, ninguém constrói isso de uma hora para outra.
O novo conselheiro da Corte de Contas defendeu que no exercício de cargos políticos, a exemplo do executivo municipal e estadual, o critério tem que ser técnico e a decisão política. Segundo ele, foi isso que fez enquanto exerceu cargos políticos. “ Aqui no tribunal o critério continua sendo técnico e a decisão deixa de ser política e passa a ser justa, baseada nos critérios específicos da lei”. Entretanto, apesar dessa observação, ele emenda afirmando que no dia a dia do tribunal há a aplicação de política. Contudo, ele explica que não se trata de uma política partidária, de opinião ou de disputa. “Se você pensar na boa aplicação dos recursos públicos, nos projetos que são importantes para a população e em tudo aquilo que o Estado, o Poder Legislativo e o Judiciário faz, e que passa pelo Tribunal, significa dizer que a gente exercita a política na sua forma mais pura”.
Trabalho
Destacando que a equipe técnica do tribunal é excepcional, inclusive com reconhecimento em todo o país, Zucchi explica que irá compor, de igual forma, uma equipe técnica competente. “Se eu fiz isso quando tinha um cargo que era político, aqui no Tribunal será muito mais”, disse citando as duas gestões que esteve no comando de Pato Branco como prefeito.
Apesar desse viés técnico, Zucchi adianta que não abre mão da relação e do diálogo com os municípios. Ele defende que isso dará condições de orientar antes de punir. Segundo ele, o trabalho será pautado pelo justo. “Nem tudo que é legal é justo. Nem tudo que é justo é legal”. Para equilibrar isso ele promete se apoiar na legislação.
Relembrando a trajetória profissional e pública, Zucchi diz que existem diferenças grandes entre falta de orientação, conhecimento e capacidade das pessoas que fazem o gerenciamento público com corrupção, desvio e má gestão do dinheiro público. “São coisas diferentes”, sinaliza defendendo o rigor da lei para, por exemplo, desvios e corrupção. “No resto tem que haver muita relação”. Ele defende que o tribunal deve ser uma base de apoio e orientação para que a boa aplicação dos recursos públicos alcance a população.
Zucchi, que carrega a experiência e a sensibilidade de quem esteve do outro lado, se posiciona de maneira alinhada com a nova presidência da Corte de Contas. Em declaração recente, o presidente do TCE-PR, conselheiro Fernando Guimarães, disse que “na atual situação do país, o Tribunal de Contas pode exercer um papel moderador, fornecendo elementos e informações de qualidade para que as políticas públicas, as discussões orçamentárias e até mesmo os debates ideológicos possam ter uma moderação de natureza técnica”.
Futuro
Sem entrar em detalhes, Zucchi acredita que só terá condições de fazer uma avaliação após iniciar os trabalhos. “É um período de férias”, disse o novo conselheiro do TCE-PR em relação a atividade política.
Trajetória
Nascido em Itapejara do Oeste, Zucchi é engenheiro agrônomo. Foi deputado estadual por cinco mandatos (entre 1994 e 2012), prefeito de Pato Branco em duas gestões (de 2013 a 2020) e secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas em 2022. Em 1985 tornou-se funcionário de carreira do atual Instituto de Água e Terras (IAT). Foi chefe do Escritório Regional do Instituto, em Pato Branco, e conduzido ao cargo de Diretor de Terras, em Curitiba, onde ficou até 1990. Entre 1991 e 1994, chefiou o Escritório Regional da Secretaria da Agricultura de Pato Branco.
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