Escolha do nome do novo negócio tira o sono de gestores

Uma tarefa fundamental na criação de uma nova gestora de fundos toma horas de trabalho – quando não tira o sono – de muitos dos novos gestores empreendedores. Trata-se de definir o nome da gestora. “É mais difícil do que escolher nome para filho. Porque nome de filho dá para repetir. Dá para colocar o mesmo nome de um grande amigo. No caso da gestora, não posso colocar nome igual ao de uma outra asset que admiro muito”, diz o sócio da Encore, João Braga, com conhecimento de causa e três filhos.

O nome dá trabalho aos novos empresários, mas também algumas pistas de quem são as pessoas atrás das mesas de operação. Grimper significa escalar em francês, o que, naturalmente, leva à ideia de os retornos subirem aos maiores picos do mundo. Mas o nome da gestora de Sylvio Castro, ex-Credit Suisse, surgiu por outro motivo. “Gosto muito de pedalar. Quando o ciclista ou o montanhista sobe a montanha, o verbo usado em francês é grimper”, conta ele, que antes da pandemia participava de provas de ciclismo e agora treina dentro de casa.

A sugestão de escalada do nome da gestora traz um facilitador porque inspira no batismo dos fundos. Os dois que já foram criados são o Blanc, em referência a Mont Blanc, maciço entre a Itália e a França, e o Meru, um dos picos na cadeia do Himalaia. “A Mariam (Dayoub, analista e sócia da Grimper) é montanhista e se identificou com o nome”, afirma Castro.

Até aprovar o nome da Greenbay, os sócios levaram meses. Uma vez definido, entendem que ele reúne valores e conceitos significativos para a gestora. “Um dos sócios trouxe a sugestão e todos gostaram. O nome remete a coisas boas: uma baía, natureza. Também remete a um lugar protegido onde você pode ancorar seu patrimônio”, diz o sócio e diretor de investimentos, Gustavo Brotto.

Futebol

Ele conta que os sócios também fizeram uma referência ao time de futebol americano Green Bay. “Fazer o paralelo com uma equipe esportiva profissional, que imprime muito esforço, muita dedicação, no que faz é um paralelo muito legal e muito em linha com nossa cultura”, diz Brotto.

A experiência de vida e a carreira dos quatro sócios-fundadores no mundo dos investimentos foi o mote para o batismo da Meraki. “A palavra deriva do grego e significa algo muito intenso, feito com a alma. Isso tem muito a ver com a nossa proposta de construir um negócio feito para toda a vida, que seja perpetuado, com preservação de legado”, diz Luiz Goshima, presidente da gestora.

Segundo ele, os sócios queriam um nome que resumisse a essência deles e do projeto. “No começo, chegamos a contratar uma consultoria. Mas o nome não surgia”, lembra Roberto Reis, ex-Bram e diretor de investimentos da Meraki.

Foi num bate-papo informal que surgiu o nome. Quem trouxe à mesa foi a sócia investidora Lia Aguiar, acionista do Bradesco, filha de Amador Aguiar e com quem Goshima trabalha há muitos anos. “A dona Lia é uma pessoa que viajou o mundo inteiro. Gosta de buscar novos termos, pesquisar os significados”, afirma Goshima.

Na Encore, o processo também teve muita pesquisa, idas e vindas até que, num happy hour pelo Zoom, veio a sugestão. A palavra encore significa repetir e, em shows, é o momento do “bis”, ou repetição de algum grande sucesso. “Gosto muito de música. E encore é o ato final, o melhor momento de um show”, conta Braga, um beatlemaníaco e músico amador.

“Queremos que a Encore tenha ‘turnover’ zero. Ou seja, (queremos) que a Encore possa ser o ‘ato final’ de quem está aqui. A conotação de repetir também tem a ver com um dos diferenciais que queremos ter, que é processo. Depois de criar um processo bom, o que se faz? Repete, faz de novo, e de novo, de novo.” Foi assim, repensando, recompondo, revisando que os novos empresários conseguiram nomear suas novas casas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.