Campeões europeus somente em 1968, os italianos, ausentes na última Copa do Mundo, não perdem desde setembro de 2018, há 32 partidas. A partir do momento em que o tenor Andrea Bocelli encantou o público no Estádio Olímpico de Roma, ao interpretar “Nessun Dorma” na cerimônia de abertura, a Azurra foi perfeita, com três vitórias impressionantes na fase de grupos, sem sofrer gols. Em seguida, uma vitória corajosa sobre uma Áustria melhor do que o esperado nas oitavas de final e o jogão no triunfo sobre a Bélgica nas quartas.
Muita coisa mudou desde que Roberto Mancini assumiu o comando da seleção, em maio de 2018. A equipe mostra marcação forte e alta energia para pressionar o adversário, sempre em ritmo acelerado. A defesa conta com os experientes Leonardo Bonucci e Giorgio Chiellini e, desta forma, sofreu apenas dois gols. No ataque, Ciro Immobile e Lorenzo Insigne estão dando conta do recado.
Apesar de não assumir o favoritismo, o técnico Luis Enrique afirmou na segunda-feira que nenhuma equipe está atuando melhor que a Espanha na Eurocopa. A confiança do treinador está acumulada após apenas uma derrota nos últimos 29 duelos. São 13 sem derrota na sequência, apesar da defesa ainda estar em formação, com a presença de Aymeric Laporte. No ataque, Álvaro Morata continua frustrando a torcida, que precisou encarar uma disputa de penalidades para passar pela Suíça nas oitavas de final.
Mas o vencedor da partida sairá no meio-campo onde a Espanha pode desafiar seriamente a Itália. Jorginho, Nicola Barella e provavelmente Marco Verratti contra Sergio Busquets, Pedri Gonzalez e Koke será um duelo que valerá o ingresso.
Há nove anos, em Kiev, na Ucrânia, a Espanha venceu por 4 a 0. Restam dois jogadores de cada país: Bonucci e Chiellini para a Itália e Jordi Alba e Busquets para a Espanha. O momento das duas seleções é de ressurgimento para honrar os títulos europeus (três a um para os espanhóis) e mundiais (quatro a um para os italianos).
Espera-se que os espanhóis tenham mais posse de bola, mas talvez não tanto quanto eles estão acostumados, enquanto os italianos devem ser lançar rapidamente em contra-ataques, procurando usufruir da lentidão de Busquets.
“É um estilo de futebol que a Espanha jogou nos últimos 15, 20 anos e trouxe um sucesso incrível”, disse Mancini. “Nosso estilo de jogo é um pouco diferente. Nós somos a Itália. Não podemos necessariamente tornarmos espanhóis do dia para a noite. Temos a nossa forma de jogar vencedora e vamos tentar sermos fiéis a isso”, completou o treinador, que não poderá contar com o lateral-esquerdo Leonardo Spinazzola, com uma lesão grave no tendão de Aquiles. Emerson Palmieri deve preencher o espaço.
Uma vitória da Espanha, que tem o time mais jovem do torneio, configura a perspectiva de um terceiro título do Campeonato Europeu em quatro edições e potencialmente o início de um novo período de sucesso para um país que dominou o futebol mundial de 2008/12.
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