O fato de ouvir constantemente a Sinfonia nº 5 de Beethoven levou Thomas a ter a ideia de criar este espetáculo e colocar as crianças em contato com a música do alemão. “Fiz uma grande pesquisa musical sobre o compositor e fui selecionando as minhas preferidas e encaixando nas cenas”, conta o autor, que destaca a colaboração de seus colegas Kauan e Dugg Mont, que é seu assistente de direção e também responsável pelo som, nessa empreitada. Após esse trabalho inicial, tomava corpo o tão almejado objetivo, surgindo assim, uma peça que procura aproximar a criança do mundo da música. “Esse espetáculo faz o cérebro das crianças borbulhar”, afirma Thomas, que também está em cena interpretando ora o pai, ora o professor de Beethoven, ou ainda como narrador da história.
Ele revela que o público de casa vai se encantar com o que será mostrado no palco. “Nós tratamos a vida de Beethoven de forma bem lúdica e divertida, desde a infância até a vida adulta e passamos por vários temas que a criança se identifica”, diz o autor, que conta haver também outros atrativos que vão prender a atenção dos pequenos e da família também, como será o caso dos efeitos causados pelas luzes, além dos “instrumentos tocados ao vivo”, que tornam a peça “leve e gostosa de assistir”.
Segundo Kauan, que vive o personagem retratado, para montar a peça, eles “estudaram profundamente a história de Beethoven, da época musical em que viveu (transição entre o classicismo e o romantismo), como era a sociedade da época e com quais aspectos do nosso tempo podíamos relacionar a história dele”, afirma o ator. Para montar o personagem e entrar em seu mundo, Kauan conta que trilhou o caminho do exagero de emoções, para que conseguisse “tornar muito lírico seu amor por música e muito ‘manhosas’ suas decepções com a vida”, diz, enfatizando ter encontrado assim o caminho para mostrar para as crianças o “turbilhão que foi a vida de Beethoven”. E resume sua intenção em cena: “Quis criar um Beethoven-palhaço despretensioso. Não sei se consegui, mas era a ideia!” (risos).
Kauan mostra, ainda, que as composições feitas por Beethoven estão bem próximas das pessoas, que muitas vezes nem percebem isso. “Sua música toca na televisão, alguém cantarola, está até no caminhão de gás e buscamos trazer para o espetáculo essas músicas que são mais conhecidas do público, possibilitando ressaltar essa familiaridade”, diz o ator ao destacar que a ideia era dizer: “música erudita é acessível, você conhece, olha só!”. Além disso, avisa que o público vai se surpreender ao ouvir “versões de Beethoven em rap e funk”.
A ideia central de Beethoven em Fá (Para Menor) é mostrar que música clássica não é um tema tão complicado para as crianças. “Essa peça vem justamente desmistificar a história de que criança não entende tal coisa ou não vai entender tal assunto, criança entende sim e gosta de pensar”, reflete Thomas. “Beethoven tem uma história que é inspiradora, teve uma infância difícil e foi diagnosticado com surdez ao longo de sua vida e mesmo surdo compôs algumas de suas mais lindas sinfonias”, diz o ator e diretor.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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