Bolsonaro nega que tenha pedido para tirar Tite do comando da seleção brasileira

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que não interferiu para mudar a composição da seleção brasileira de futebol. O governo federal tem sido alvo de críticas do técnico Tite e de jogadores da seleção por conta da decisão de sediar a Copa América em meio à pandemia de coronavírus, que registra mais de 470 mil mortos. O primeiro jogo está previsto para acontecer no próximo domingo, 13, no Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, onde o Brasil vai enfrentar a Venezuela.

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“A minha participação na Copa América é abrir o Brasil para que ela fosse organizada aqui. Já tem os quatro Estados acertados, tudo certinho. No tocante a jogador, técnico, estou fora dessa, não tenho nada a ver com isso aí”, afirmou em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

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Reportagem publicada no domingo pelo ge.globo apontou que Bolsonaro pressionou para que Tite fosse substituído por Renato Gaúcho, que está sem time desde que deixou de treinar o Grêmio em maio.

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Desde a noite da última quinta-feira, a hashtag #ForaTite, movimento pedindo a saída do técnico da seleção brasileira, ganhou espaço nas redes sociais de bolsonaristas. Dezenas de internautas criticaram a posição do treinador, na coletiva de imprensa na Granja Comary. Tite fez críticas veladas à realização da Copa América no Brasil e prometeu esclarecer sua posição após os dois próximos jogos das Eliminatórias – o último será na terça-feira contra o Paraguai, em Assunção.

“Cada um tem na sua cabeça uma seleção e um técnico. Eu tenho a minha também, só que a minha eu falo com meus amigos. Nem para vocês eu falo, estão gravando aqui”, disse Bolsonaro nesta manhã quando falou com apoiadores.

No Twitter, o assunto alcançou relevância e ficou entre os mais comentados da rede social. Apoiadores do governo chamaram o treinador de “esquerdopata” e “lacrador” por conta de um possível boicote do técnico, sua comissão e até mesmo os jogadores à Copa América 2020, que será disputada no Brasil após a desistência da Colômbia (por problemas políticos internos) e da Argentina (pelo agravamento da pandemia). Em sua maioria, os internautas que usam a hashtag #ForaTite são favoráveis à realização da Copa América em território nacional e apoiam o presidente Jair Bolsonaro.

O vice-presidente Hamilton Mourão fez coro aos insatisfeitos com Tite e afirmou que ele pode ser técnico do Cuiabá, que na semana passada demitiu Alberto Valentim. “O técnico, ele não quer mais, não quer, o Cuiabá está precisando de um técnico, aí, não tá? Então leva lá, sai, pede o boné. Acho que isso é uma discussão, neste momento, totalmente disfuncional”, declarou o general em entrevista coletiva.

Em meio ao conflito por conta da realização do evento, o Comitê de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu afastar por 30 dias o presidente Rogério Caboclo. A decisão saiu neste domingo, e a entidade já foi notificada. A situação do dirigente ficou delicada após denúncia de uma funcionária que acusa o mandatário de assédio sexual e moral.

Agora a CBF será comandada pelo vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes. Ele ficará no comando durante o período de afastamento e uma reunião na entidade no Rio de Janeiro nesta segunda, com diretores e vice-presidentes, deve definir detalhes dos próximos passos.

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